Uma carreira em Publicidade e Propaganda não é construída apenas nos setores de criação e arte de agências. A ideia de que publicitários são pessoas criativas e "descoladas", que passam o dia tendo sacadas geniais para comerciais de TV, não corresponde necessariamente à realidade desses profissionais.
Antes de chegar à criação de uma peça publicitária em si - um vídeo, um banner, um anúncio ou um jingle - é preciso traçar todo um planejamento para atender às necessidades de comunicação do cliente, o que começa com muita pesquisa sobre o mercado e o consumidor de um determinado produto.
De acordo com a coordenadora do curso de Publicidade e Propaganda da Univali, em Itajaí (SC), Giovana Pavei, as universidades hoje formam publicitários que tenham uma visão contextualizada e integrada da comunicação, e que trabalham em parceria com profissionais de design, jornalismo, relações públicas e marketing. Jean Milezzi, que atua na produção de animações e vídeos no Grupo Media Effects, em Florianópolis, reforça o perfil do publicitário como um estudioso da sociedade.
Opções de atuação
Os formados na área podem trabalhar em agências de propaganda, produtoras audiovisuais e de conteúdo digital. Há opções também em veículos de comunicação, nos departamentos de comunicação e marketing de empresas, e até mesmo em secretarias públicas de comunicação ou na área de pesquisa.
O que é mais gratificante
O caráter dinâmico da profissão é apontado como uma das principais vantagens da área.
A chance de trabalhar com diferentes mídias, como áudio, vídeo, web, animação, e diferentes assuntos faz com que a rotina do publicitário seja dinâmica.
O que é mais difícil
Chegar a um acordo com o cliente a respeito do produto final pode ser trabalhoso. É comum haver divergência de ideias e, nesses casos, o publicitário precisa "convencer" o cliente de que aquele é o melhor caminho. Os prazos e orçamentos restritos também dificultam.
Do que é preciso gostar
O publicitário Jean Milezzi acredita que, para quem pensa em seguir na área, é importante se interessar por cultura em geral e ser bem informado. Ler bastante, assistir a filmes e estar ligado nas tendências ajuda a entender a sociedade e a identificar o que mais interessa às pessoas naquele momento. Saber se expressar verbal ou visualmente e trabalhar em equipe também é essencial. A professora Giovana garante que a criatividade, qualidade tradicionalmente atribuída ao profissional da área, pode ser desenvolvida com o tempo.
Formação acadêmica
A formação, que dura em média quatro anos, prepara os alunos para atuar nas diversas áreas de uma agência (criação, atendimento, mídia, planejamento, produção) e também dá noções para que se possa atuar nas áreas de marketing de empresas e até mesmo na área comercial dos veículos de comunicação, que se relacionam com as agências e produtoras. Além desses campos mais tradicionais, há muitos formados em escolas de comunicação migrando para novas disciplinas, como games, transmídia e marketing digital, explica o presidente da Associação Rio-grandense de Propaganda (ARP), Fabio Bernardi.
Mercado de trabalho no RS
De acordo com Bernardi, o mercado está vivendo uma grande transformação, e nem mesmo agências, produtoras, veículos e anunciantes estão conseguindo acompanhar o ritmo das mudanças. Todos estão buscando novos modelos de trabalho, o que gera enormes possibilidades em todas as áreas. É um ótimo momento para profissionais com DNA digital, talento, comprometimento e espírito empreendedor. Bons talentos com noção de liderança individual e comprometimento são absorvidos rapidamente pelo mercado. Já a média salarial varia muito de função e de área, mas é uma profissão que permite um bom piso de largada e a possibilidade de, tendo os atributos certos, rápido crescimento e reconhecimento.