Uma professora do primeiro ano do Ensino Fundamental do Colégio Estadual Marechal Floriano Peixoto, no bairro Floresta, em Porto Alegre, foi afastada do cargo por suspeita de praticar atos de racismo contra os alunos. A decisão pelo afastamento ocorreu na terça-feira (22), e uma nova docente assumiu a turma nesta quarta (23) até a finalização da apuração do caso.
Conforme a Secretaria Estadual da Educação (Seduc), uma reunião envolvendo a 1ª Coordenadoria Regional de Educação e a direção da escola definiu pela saída da professora. Ainda, o colégio desenvolverá projeto em todos os níveis com estratégias de prevenção à discriminação racial, com início imediato.
De acordo com os pais, algumas das crianças sofriam, deste o início do ano, com xingamentos da professora. Além disso, a mulher estimularia a competição entre os alunos, com idades entre seis e sete anos, o que acabava, em muitos casos, em agressões.
A estudante de Direito Bruna Tamires de Oliveira Borges de Mendonça, 27 anos, é mãe de um dos estudantes da turma pela qual a professora afastada era responsável. Segundo ela, o filho nunca chegou a sofrer alguma ação direta da mulher, mas chegava em casa "impressionado" e "traumatizado" com o que acontecia com os colegas.
— Meu filho não tem maldade, mas ele sempre me conta tudo que acontece na aula. Em uma das vezes, uma coleguinha dele foi ofendida pela professora, pois ela tem cabelo no estilo black power e estaria atrapalhando a visão dos demais (segundo alegou a professora). Além disso, as crianças não fizeram nenhum passeio neste ano, pois ela dizia que os alunos eram "demônios" e não sabiam se comportar — contou.
Este seria o segundo ano da educadora no Colégio Estadual Marechal Floriano Peixoto, mas o primeiro atendendo os alunos de forma presencial.
— A direção da escola alega que não conhecia a professora e a maneira como ela tratava as crianças. Fizemos reclamações o ano todo, e, na semana passada, a direção chegou a fazer uma reunião dizendo que não sabia o que fazer com a funcionária — completou Bruna.
Até o momento, a Seduc não deu uma previsão de quando irá concluir a apuração do caso.