Instaladas em prédios antigos e com manutenção escassa ao longo dos anos, mais de 90% das 2,5 mil escolas estaduais necessitam de algum tipo de reforma na rede elétrica. O levantamento é da própria Secretaria Estadual de Educação (Seduc). Nesta semana, GaúchaZH acompanhou o caso de dois colégios às escuras. A Escola Érico Veríssimo, em Viamão, está sem luz há quatro meses devido a um curto-circuito que atingiu a estrutura. Em Porto Alegre, a Escola Lucas de Oliveira enfrenta a falta de energia depois que a fiação foi roubada no início do mês.
Nesta semana, o governo gaúcho liberou R$ 53,3 milhões em recursos para 349 instituições de ensino realizarem reformas e melhorias. Do total de colégios contemplados no Programa Autonomia Financeira, 73 vão destinar o valor para obras emergenciais na área elétrica.
De acordo com o secretário Ronald Krummenauer, um plano foi elaborado para minimizar as dificuldades da comunidade escolar.
— Um dos problemas que constatamos ser comum a mais de 90% das escolas está relacionado à parte elétrica. Muitas têm mais de 50 anos e nunca haviam recebido qualquer tipo de melhoramento — observa.
Por conta disso, a Seduc conversou com 11 universidades no Rio Grande do Sul para firmar um convênio. De forma voluntária, os alunos prestes a se formar nos cursos de Engenharia e Arquitetura e professores, sob supervisão de engenheiros da Secretaria Estadual de Obras, desenvolvem projetos de reforma elétrica nas escolas.
— Dessa forma, os custos são reduzidos e há agilização do processo — salienta Krummenauer.
O diretor-administrativo da secretaria, Rogerio Leal, detalha que foram criados 11 polos, cada um com uma universidade, e 70 estagiários foram contratados.
— Alguns trabalhos já estão sendo executados — garante Leal.
Neste convênio, conforme a Seduc, o repasse inicial para as obras é de R$ 40 milhões, com prioridade para os 200 casos de maior gravidade. Os recursos são oriundos de um empréstimo junto ao Banco Internacional para Reconstrução e Desenvolvimento (Bird), além de contrapartida do governo do Estado.
Quatro meses sem luz
Após reportagem do Diário Gaúcho revelar que alunos da Escola Érico Veríssimo, de Viamão, estavam com as aulas prejudicadas devido à falta de energia elétrica há quatro meses, a Secretaria Estadual de Educação (Seduc) assinou contrato nesta sexta-feira (29) com a empresa ST Construtora, que vai receber R$ 33 mil para a reforma. A expectativa é que as obras iniciem na próxima terça-feira, dia 3 de julho.
A falta de energia na escola foi provocada depois de um curto-circuito na rede elétrica. O fato aconteceu em 23 de fevereiro. Desde então, os alunos precisam contar com a claridade natural para conseguir estudar.
Só falta religar a energia
Na Escola Felipe de Oliveira, em Porto Alegre, o retorno da energia elétrica depende apenas da CEEE. Depois do furto da fiação, no início do mês, a Seduc garantiu o conserto e a segurança do prédio no período da noite. Agora, de acordo com a direção do colégio, é necessária a religação da energia pela concessionária. A solicitação já foi feita pela própria secretaria junto à empresa de energia. Questionada pela reportagem, a CEEE informou que uma equipe deve visitar a escola nesta sexta-feira (29). “Se estiver de acordo, a energia será restabelecida”, informa a nota.