
Estudantes de escolas públicas e integrantes de projetos sociais participaram, nesta quarta-feira (9), do South Generation. O evento descentralizado do South Summit Brazil envolveu apresentações musicais, palestras sobre o futuro do trabalho e atividades como experimentações com um robô e com ondas eletromagnéticas.
Apresentado pelo youtuber de educação Professor Noslen e pela cantora rapper e educadora popular Negra Jaque, o South Generation quase lotou o Auditório Araújo Vianna, que tem capacidade para receber 3 mil pessoas. Durante a abertura do evento, o governador Eduardo Leite defendeu o South Summit como um propulsor de iniciativas de empreendedorismo de gaúchos, em especial de jovens.
— O Rio Grande do Sul é um desafio para cada um empreender. Nós não vamos conseguir fazer por vocês (falando com os jovens da plateia), mas a gente pode fazer junto com vocês, pegando pela mão, ajudando a encontrar o caminho para que vocês, a partir das ideias inovadoras, da capacidade de trabalho de cada um, possam fazer dos seus sonhos uma grande e nova realidade — destacou.
A secretária extraordinária de Inclusão Social do RS, Lisiane Lemos, se apresentou como a mulher mais jovem e a segunda mulher negra na história a ser secretária do governo do Estado:
— Se a gente fosse usar dados estatísticos, eu não estaria nesta cadeira. Mas, sentada aqui, eu vejo um poder de transformação. Se a oportunidade da vida de vocês acontecer nesse auditório, será que vocês estão preparados? — questionou.
Diretor do Campus Caldeira, Felipe Amaral trouxe como exemplo de oportunidade o programa Geração Caldeira, que oferece uma capacitação online para jovens de 16 a 24 anos oriundos de escolas públicas em áreas de inovação e tecnologia.
Entre aqueles que concluem a fase online, são selecionados 200 para participarem de um programa presencial de cinco meses no Instituto Caldeira. É oferecida uma bolsa de R$ 4 mil a esses participantes. Ao final, 90% deles são empregados em empresas vinculadas ao Caldeira.
A gurizada se divertiu com experiências com um robô no palco, que acenava para os adolescentes, e com a conexão entre dois alunos por meio de ondas eletromagnéticas. Com isso, os movimentos que a menina fazia com a mão eram repetidos involuntariamente pelo menino.
Mari Galindo, especialista em Geração Z, Futurismo e Cultura Digital, teve o desafio de apresentar as características do grupo, compreendido entre os nascidos de 1995 a 2010, para uma plateia repleta de jovens dessa faixa etária. Uma das mudanças citadas pela profissional é o rechaço dessa geração por uma vida que se viva em função do próprio trabalho.
— Por muitas gerações foi até meio que chique você dizer que é extremamente ocupado, que trabalha muito, que vira noites e noites trabalhando. Esse excesso era visto com bons olhos, até o momento que a gente está hoje, onde a maior parte das pessoas tem burnout, a maior parte das pessoas está ansiosa, sente que dedicou a vida ao trabalho e não conseguiu chegar aonde imaginava — lembra a especialista, destacando que a geração Z tem provocado esse tipo de reflexão.
Mari, que fundou a Nice House, hub de criadores de conteúdo, ressaltou o fato de que muitos da geração Z sonham ser grandes influenciadores, mas que muitos criadores de conteúdo não ganham nem R$ 500 por mês com suas produções. A empresa busca criar uma “classe média” de influenciadores que permita que muitos se mantenham com esse trabalho.