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Das 2.320 escolas mantidas pelo governo do Rio Grande do Sul, 633 têm aparelhos de ar-condicionado, segundo a secretária estadual da Educação, Raquel Teixeira. A responsável pela pasta deu entrevista nesta segunda-feira (10) à Rádio Gaúcha.
Isso significa que 27,3% das escolas estaduais possuem ar-condicionado.
— A situação das escolas é muito diversa. Temos 633, por exemplo, que têm ar-condicionado, que estão preparadíssimas para o início das aulas — disse a secretária da Educação, em entrevista ao Gaúcha Atualidade.
Veja trecho da entrevista:
Conforme Raquel Teixeira, o governo do Estado tem recursos para a compra de mais aparelhos de ar-condicionado. Contudo, as redes elétricas, segundo a secretária, não suportam a melhoria térmica.
— Vivemos a era dos extremos climáticos. Temos de nos adaptar. A Secretaria Estadual de Educação e a Secretaria Estadual de Obras estão trabalhando no calendário de restauração, de modernização da rede. O recurso pra comprar ar-condicionado existe. O desafio é que comprar o aparelho não significa, às vezes, poder instalá-lo por causa da rede elétrica que é muito frágil — disse a secretária.
Em nota, a Secretaria de Obras Públicas informou que criou condições para reformar rede elétrica das escolas estaduais em 2025 (veja íntegra abaixo).
Entenda
As aulas na rede estadual no RS começariam nesta segunda-feira (10). Em razão da onda de calor que atinge o Estado, o sindicato que representa os professores estaduais, o Cpers, entrou na Justiça pedindo o adiamento do início do ano letivo.
A entidade alegou que não há condições adequadas para enfrentar as temperaturas próximas de 40ºC em toda a rede escolar.
A Justiça aceitou o pedido de liminar e adiou o início do ano letivo para 17 de fevereiro na rede estadual.
A secretária, por sua vez, disse que o Estado entrou com recurso para que retorno das atividades não ocorra só na semana que vem, como prevê a liminar.
O que diz a Secretaria de Obras Públicas
Secretaria de Obras Públicas criou condições para reformar rede elétrica das escolas estaduais
A Secretaria de Obras Públicas (SOP) implementou mudanças em seus processos que permitem, em 2025, reformar com agilidade a rede elétrica das escolas estaduais, de acordo com a definição de prioridades a partir das necessidades de cada instituição. Isso porque, no início do ano, a contratação simplificada passou a valer em todo o Rio Grande do Sul, portanto, abrangendo as 2,3 mil instituições de ensino. Em muitas delas, a necessidade de redimensionar a parte elétrica defasada surgiu com a demanda de instalação de aparelhos de ar-condicionado.
“Em 2023 e 2024, não faltaram recursos para a realização de obras nas escolas do Estado. A situação permanece a mesma em 2025, com a certeza de mais agilidade nos processos, graças à contratação simplificada. A partir da retomada de investimentos por parte do governo, temos condições de executar os serviços, de acordo com um planejamento que estabeleça prioridades conjugadas à capacidade de as empresas contratadas executarem os serviços", afirma a titular da SOP, Izabel Matte.
A reforma de rede elétrica é um processo criterioso e composto de etapas, a fim de garantir segurança e eficiência, de acordo com as normas técnicas vigentes. Ele começa com uma vistoria técnica para avaliar a rede elétrica, o que dá elementos para calcular a carga necessária à instalação dos equipamentos de climatização.
Os dados resultantes embasam a elaboração do projeto elétrico, que detalha as adequações necessárias, o que pode incluir a instalação de uma nova subestação elétrica que suporte o aumento de carga, assim evitando sobrecargas ou quedas de energia. Conforme o projeto, são indicados transformadores adequados para a distribuição eficiente da energia. Antes de a obra começar, é preciso aprovar o projeto na concessionária de energia local.
A execução da nova infraestrutura elétrica ocorre com a instalação da subestação, o posicionamento dos transformadores e a adaptação da rede interna para suportar os aparelhos de ar-condicionado.
Contratação simplificada
A contratação simplificada é um processo que agiliza a manutenção das escolas. Nesse modelo, a licitação é feita por blocos de escolas e há um “catálogo de serviços” à disposição da SOP para atender às demandas com maior velocidade. Não é necessário licitar cada serviço, e a escola tem uma empresa responsável pré-contratada para realizar a manutenção. Isso acelera o processo, em comparação à realização de uma licitação por obra, que no passado era o único modelo possível.
A implementação da contratação simplificada integra a recuperação da capacidade de investimento por parte do Estado. Nos últimos anos, o governo do Rio Grande do Sul realizou reformas estruturantes que permitiram que se voltasse a destinar recursos para qualificar a estrutura física das escolas da rede estadual. Essas ações são fruto da determinação do governador Eduardo Leite, no início desta gestão, de colocar a educação como prioridade de seu segundo mandato.