Transcorridos seis encontros do Movimento pela Educação, começam a aparecer alguns pontos que se repetem nas análises das comunidades visitadas. A iniciativa da presidência da Assembleia está percorrendo todas as regiões do Estado, em busca de exemplos e sugestões que deverão se transformar em propostas de lei.
O novo marco legal da educação tem o potencial de se configurar como uma das mais importantes iniciativas voltadas para o desenvolvimento do Rio Grande do Sul nas últimas décadas. Um dos bons sinais é a participação dos próprios deputados nos debates e, principalmente, na plateia, ouvindo professores, pais, alunos, servidores e gestores de escolas e de universidades.
Semana passada, em Santo Ângelo, a mesa redonda teve um colorido especial. Três visões diferentes e complementares formaram um mosaico plural de reflexões. Victórya Leal, aluna do Instituto Federal do Rio Grande do Sul, Leonardo Pascoal, prefeito de Esteio, e Berenice Wbatuba, diretora-geral da URI, falaram sobre experiências que dão certo, mas que precisam ser multiplicadas.
Depois do debate, a palestra de Eduardo Capellari, CEO da Atitus, instigou todos a pensar sobre educação e eficiência. Os números atuais do RS podem ser vistos de duas formas: como o raio-x de um fracasso ou como uma oportunidade de melhora. Fiquemos com a segunda opção. Para isso, é preciso agir.
Na abertura dos trabalhos, o presidente da Assembleia Legislativa, Vilmar Zanchin, sintetizou os aprendizados recolhidos até agora, depois de milhares de quilômetros rodados pelo Estado. O primeiro é a necessidade de ampliar a oferta de turno integral aos alunos gaúchos.
– Apenas 3% dos nossos jovens têm hoje essa possibilidade – revelou Zanchin.
A urgência da implementação de um programa de ensino profissionalizante é outra das necessidades levantadas nos seis encontros.
– Apenas 18% dos que terminam a escola ingressam nas universidades – explica o deputado, justificando a necessidade de preparar todos os gaúchos para os novos desafios do mercado.
Zanchin escuta, por onde passa, sobre a relevância da valorização dos professores, não apenas na questão salarial, que é fundamental, mas na preparação constante e no estabelecimento de mecanismos transparentes e eficazes para acompanhar os resultados dos processos educativos. Gestão é outra palavra repetida da Fronteira às Missões, passando pela Serra e pela Região Central do Estado.
Ainda faltam três encontros, que servirão para reforçar ou acrescentar ideias ao que já vem sendo construído. Em outubro, a Assembleia terá a oportunidade e a responsabilidade de tomar uma das decisões mais importantes da sua história recente ao analisar o novo marco legal da educação. Legitimidade não faltará às propostas, construídas com muitas mãos e vozes.