
A Agência de Alfândega e Proteção de Fronteiras dos Estados Unidos apresentou uma nova lista de produtos que serão isentos da mais recente rodada de "tarifas recíprocas", incluindo smartphones, computadores pessoais, servidores e outros bens tecnológicos — muitos dos quais são montados na China.
A nova rodada de tarifas estava definida em 145% para produtos chineses e uma taxa de 10% sobre importações de outros parceiros comerciais. Os importadores americanos dos eletrônicos listados não enfrentarão mais as novas taxas, e a alíquota para produtos chineses será reduzida para 20% para esses produtos.
As isenções abrangem o equivalente a US$ 385 bilhões em importações de 2024, o que representa 12% do total, sendo que US$ 100 bilhões são comprados da China — 23% das importações americanas vindas de lá em 2024. Para os eletrônicos listados, a taxa média de imposto caiu de 45% para 5% com essa nova regra.
A maior isenção global é para a categoria de importação que inclui PCs e servidores, com US$ 140 bilhões em importações em 2024 — 26% vindos da China.
Novo sistema beneficia Apple
As circunstâncias podem mudar novamente, mas a mudança beneficia gigantes da tecnologia como Apple e Samsung, a empresa de inteligência artificial Nvidia, fabricantes de servidores como Dell, Hewlett Packard Enterprise e Super Micro, e fabricantes de PCs como Dell e HP.
A maior categoria recém-isenta para produtos chineses são os smartphones, com US$ 41 bilhões em importações nos EUA em 2024, representando 81% de todas as importações de smartphones. Uma tarifa de 145% sobre smartphones equivaleria a US$ 60 bilhões, mas mesmo a nova taxa de 20% ainda representa US$ 8 bilhões.
A Apple monta seus dispositivos principalmente na China, além da Índia e do Vietnã. Se as regras permanecerem em vigor, a maior beneficiária será a fabricante do iPhone, embora ainda enfrente uma tarifa de 20% sobre suas importações da China. A taxa média de imposto sobre importações de smartphones caiu de 119% para 16% no novo sistema, de acordo com os cálculos.
As isenções também destacam como a Casa Branca está escolhendo vencedores e perdedores nessa guerra tarifária. Por exemplo, a indústria de vestuário, calçados e acessórios continuará enfrentando tarifas de 145% sobre importações chinesas, e de 20% de outros lugares. Sua taxa média de imposto permanece em 44%.