
A alta no preço do ovo e do café deve persistir, mesmo com as medidas do governo federal para baixar o valor dos alimentos. A análise é do ministro do Desenvolvimento Agrário e Agricultura Familiar, Paulo Teixeira, em entrevista na manhã desta segunda-feira (10) ao programa Gaúcha Atualidade, da Rádio Gaúcha.
Teixeira atribui a alta nestes insumos a questões climáticas em todo o mundo.
— Temos a resistência no café, por conta de problemas climáticos no mundo e no Brasil e um problema grave no ovo. Houve um aumento muito grande do consumo de ovo no Brasil. Ao mesmo tempo, o tema climático afetou parte da produção — afirmou.
O ministro destacou também que alimentos como carne, arroz, feijão, legumes e verduras já estão registrando baixa nos valores ao consumidor.
— A tendência agora é de melhoria nos preços e esses já estão sendo sentidos pela sociedade brasileira — declarou.
Teixeira ainda afirmou que há um grupo de trabalho permanente, que tem como objetivo oferecer ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva propostas que vão melhorar ainda mais o preço dos alimentos no Brasil. O ministro destacou, porém, que as medidas estão sendo tomadas a curto prazo.
— Eu quero acalmar o produtor. Nós estamos tomando medidas de curto prazo para ajudar na diminuição de preço, mas não são medidas permanentes porque nós queremos que o agricultor continue a ser competitivo — destacou.
Reforma agrária
Na semana passada, o governo federal lançou o programa Terra da Gente, que amplia e dá agilidade à reforma agrária. Durante a entrevista, o ministro afirmou que tudo está sendo feito conforme a Constituição e de forma consensual, priorizando a compra de áreas improdutivas dos proprietários.
— Nós precisamos aumentar a área de produção de alimentos para o mercado interno e nós precisamos diminuir a pobreza no campo — explicou. — Nós temos 115 mil famílias cadastradas que moram em acampamentos no Brasil, né? E que poderão, pelo programa de reforma agrária, se transformar em agricultoras. Portanto, essa é uma medida civilizatória.