Uma comitiva representando mineiros e autoridades da região da Campanha busca encontro com o vice-presidente da República, Geraldo Alckmin, para pressionar pela prorrogação das operações da usina termelétrica a carvão Candiota 3. A unidade foi desligada em 1º de janeiro, após o fim de contratos de compra e venda de energia.
O governo federal busca honrar compromissos internacionais relacionados a energia limpa e avalia que o uso de energia de termelétricas encarece as tarifas aos consumidores.
Em entrevista ao Gaúcha Atualidade nesta quarta-feira (15), o prefeito de Candiota, Luiz Carlos Folador (MDB), afirmou que a demanda ao governo federal oferece uma data específica para o fim das operações. O período seria suficiente para a região promover uma transição energética e econômica para novas atividades.
— Queremos sensibilizar as autoridades da edição de uma medida provisória para que a usina funcione até 2043. Isso dá tempo para a gente fazer uma transição energética para Ferro Silício Alumínio, uma tecnologia alemã, e já sendo utilizada no Cazaquistão — diz o prefeito.
As autoridades estão preocupadas com o impacto econômico do fim da operação de Candiota 3 para o município de 11 mil habitantes da Campanha. Segundo Folador, estariam em risco 5 mil postos de trabalho diretos e indiretos não só de Candiota, mas de municípios da região, como Bagé, Hulha Negra, Pelotas, Pinheiro Machado e até mesmo cidades do Uruguai.
Conforme o prefeito, os reflexos poderão ainda ser sentidos em outras atividades que demandam carvão.
— É bem provável que até o valor do cimento possa aumentar. Nova Santa Rita e Montenegro, por exemplo, têm fábricas do produto — explica Folador.
Procurada por Zero Hora, a assessoria do vice-presidente da República ainda não confirmou a agenda com a comitiva gaúcha.