Correção: o setor químico vai investir R$ 339 milhões no RS, e não a R$ 379,3 milhões como publicado entre as 11h09min e as 17h41min de 17 de janeiro. O texto já foi corrigido.
O setor químico nacional receberá aporte de R$ 759,3 milhões viabilizados pelo Regime Especial da Indústria Química (Reiq Investimento). Do valor total, R$ 339 milhões serão investidos no Rio Grande do Sul. O montante foi anunciado na manhã desta sexta-feira (17), em cerimônia realizada no Polo Petroquímico de Triunfo, na Região Carbonífera.
A solenidade, que começou às 11h e seguiu até o início da tarde, contou com a presença do vice-presidente e ministro do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços, Geraldo Alckmin, e da esposa dele, Lu Alckmin, do governador Eduardo Leite, do senador Luis Carlos Heinze (PP-RS), do prefeito de Triunfo, Marcelo Essvein, e do vice, Roniel Viegas.
No evento, as empresas Braskem, Innova, Grupo OCQ e Unipar detalharam os investimentos previstos para o setor químico. Do montante total, R$ 614 milhões são relacionados a sete projetos da Braskem, sendo R$ 306 milhões para o RS. A Innova investirá 33 milhões no Estado, a Unipar, R$ 57 milhões e o Grupo OCQ, R$ 15 milhões.
No evento, Alckmin comentou os problemas de competitividade que o Brasil enfrenta em relação aos EUA e à Europa. Ele frisou que o objetivo dos benefícios tributários é justamente tornar o mercado nacional mais competitivo.
— Defesa comercial é fundamental. Logo que nós entramos (no governo), recompusemos a questão tarifária — avalia.
O vice-presidente destaca que o governo federal reduziu impostos como PIS e Confins sobre a matéria-prima da indústria química, como nafta, benzeno e tolueno, para tornar o setor mais competitivo.
— Queremos até exportar. Conquistar mercado, o Mercosul, com o presidente Lula fechando acordo com Singapura, acordo com União Europeia — sublinha.
Alckmin também pontuou que pretende reduzir R$ 40 bilhões em custos e ganhar tempo com a desburocratização de processos para conquistar mercado. O vice-presidente falou sobre a importância da sustentabilidade, que é uma das bandeiras do polo.
— O Brasil é um exemplo para o mundo na questão da sustentabilidade. A COP vai ser aqui neste ano, no Pará. Energia renovável, eólica e solar, biomassa. Eu vi aqui a casca de arroz. RS é o maior produtor de arroz do Brasil. Se pega a casca do arroz e faz biomassa, produz energia renovável. É uma indústria mais inovadora, mais exportadora, mais sustentável e mais competitiva — sinaliza.
Leite agradeceu ao vice-presidente pelo fomento à indústria gaúcha por meio do Reiq.
— A indústria química está no centro da estratégia de desenvolvimento porque habilita investimentos em diversas outras áreas. Mantermos esse polo da química aquecido no RS por meio de uma política pública nacional, que é o Reiq, fortalece esse setor que é uma mola propulsora para tantas outras demandas — diz o governador.
O tucano aproveitou a oportunidade para apresentar demandas ao vice-presidente e afirmou que governo do Estado vai apoiar o desenvolvimento de estudos voltados a projetos do setor químico.
Conforme a Associação Brasileira da Indústria Química (Abiquim), mais da metade do valor faz parte de investimentos em andamento ou já previstos para o Rio Grande do Sul. O restante beneficia São Paulo, Bahia e Alagoas.
O Reiq é um mecanismo que prevê benefícios fiscais a empresas do setor químico – representantes de 11% do PIB industrial nacional – que implantarem novas plantas ou ampliarem a capacidade instalada. Criado em 2013, ele foi retomado no governo Lula.
O presidente-Executivo da Abiquim, André Passos Cordeiro, celebra o investimento, mas pontua os desafios enfrentados pelo setor químico no país.
— É um ano que abrimos com grandes esperanças. Esses R$ 759,3 milhões são mais do que anúncios, são investimentos já em execução — diz Cordeiro.
Ele comenta que em 2021 e 2022 houve uma tentativa de extinção do Reiq Investimento, mas que graças a esforços políticos foi possível retomá-lo. Ele agradeceu o deputado federal Afonso Motta, presidente da Frente Parlamentar da Química, que defendeu a pauta. Ele também frisou que a indústria química paga o dobro de salários que o restante da indústria e que é a maior pagadora de impostos.
O presidente da Braskem, Roberto Ramos, comentou sobre os desafios que o setor químico enfrenta e elencou três fatores que ajudaram a moldar o cenário atual. São eles: o aumento da produção de gás dos EUA; a busca de autossuficiência da China e da Índia; e a Guerra entre Rússia e a Ucrânia.
— Essas são as razões que mostram a importância do Reiq para nós — explicou o presidente.
Segundo o executivo, a Braskem vai gerar 2,2 mil empregos ao todo e a metade deles será no RS.