Em entrevista na manhã desta quarta-feira (27) ao programa Gaúcha Atualidade, da Rádio Gaúcha, o presidente da Federação dos Trabalhadores na Agricultura no Rio Grande do Sul (Fetag-RS), Carlos Joel da Silva, comentou a prorrogação das operações de crédito rural concedida pelo Conselho Monetário Nacional (CMN) e a busca por recursos para a agricultura familiar em Brasília.
Segundo Carlos Joel, os presidentes do Congresso, da Câmara e do Senado estiveram no Rio Grande do Sul durante a cheia de maio e prometeram que todas as matérias destinadas a atender o Estado seriam apresentadas e votadas na mesma semana, tanto na Câmara quanto no Senado. No entanto, na prática, isso não aconteceu.
Ainda segundo ele, as entidades tiveram que agir rapidamente, mobilizando-se para que, na terça-feira (26), fosse votado um substitutivo que evitasse que todos os agricultores entrassem em inadimplência nos bancos já a partir desta quarta.
— Temos muitos agricultores que estão precisando plantar, mas ainda não tiveram o custeio liberado para a próxima safra. Além disso, há muitos que, pelo que estamos observando, nem conseguirão plantar. É por isso que estamos cobrando ações tanto do governo quanto do Congresso — explicou.
Na terça-feira, foi divulgada nova resolução do CMN que, mais uma vez, prorroga o vencimento das parcelas de produtores afetados pela enchente de maio. O prazo agora se estende até o dia 16 de dezembro e é destinado a três grupos: aqueles que formalizaram o pedido de desconto até o dia 30 de setembro, os que tiveram o pedido encaminhado à comissão especial de análise do governo federal e aqueles cujas instituições financeiras não receberam, até o dia 25 de novembro, a resposta sobre a aplicabilidade do desconto pela comissão municipal.
O presidente da Fetag-RS cobrou ainda união na bancada gaúcha na Câmara. A entidade, em nota, afirmou que "o Congresso Nacional precisa cumprir seu papel e sua palavra".
— Acho que falta unidade na bancada. Ela se divide entre governistas e oposição, e não trabalha em bloco como deveria em uma questão como essa. Essa foi a cobrança que fizemos ontem (terça-feira) e que continuamos fazendo aos deputados — completou Carlos Joel.