A taxa de desemprego no Rio Grande do Sul caiu para 5,2% no quarto trimestre de 2023, abaixo dos 5,4% observados no trimestre imediatamente anterior. Com essa atualização, a taxa média anual ficou em 5,4% em 2023, abaixo dos 6,4% observados em 2022. Esse é o menor patamar desde 2013. Os dados são do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Esse indicador mostra o total de pessoas desocupadas dentro da força de trabalho.
Olhando os dados da média anual, o Estado registrou 338 mil pessoas desocupadas dentro de um total de 6,2 milhões de cidadãos na força de trabalho. Já o rendimento médio real no Estado ficou em R$ 3.222 — R$ 132 a mais do que o valor observado em 2022. Esse é o maior montante desde 2020, ano marcado por ressalvas no cenário do mercado de trabalho diante da saída de parte da população com salários mais precários.
O Coordenador da Pnad Contínua no Estado, Walter Rodrigues, afirma que os resultados do ano passado mostram a recuperação do mercado de trabalho, que atinge patamares próximos aos observados no início série histórica após o baque sofrido na pandemia. Entram nesse processo avanço da renda e crescimento da atividade, segundo o pesquisador:
— É uma consolidação daquela recuperação da economia no geral, do mercado de trabalho depois da pandemia. Tivemos em 2023 um avanço em relação a 2022. Isso também ocorre em um ambiente onde a economia do país deve fechar o ano passado com crescimento de 3%, contrariando as previsões do início de 2023.
Lisiane Fonseca da Silva, economista que atua na área do mercado de trabalho e professora da Universidade Feevale, afirma que a melhora no emprego também é reflexo de um ano com expectativa por juro mais baixo e agropecuária menos castigada no Estado:
— A agropecuária não teve o melhor crescimento no ano passado, mas, no conjunto da obra, foi um resultado positivo e isso impacta na economia. Mobiliza serviços, como os de logística, e até uma parte da indústria.
Lisiane afirma que esse cenário com menos desemprego aumenta a massa salarial, que coloca mais pessoas com potencial de consumo no mercado e cria melhor ambiente para a economia no geral.
Quarto trimestre
No último trimestre do ano, o Estado registrou 325 mil pessoas em situação de desocupação dentro da força de trabalho, que terminou o ano com 6,3 milhões integrantes. Apesar de redução ante o terceiro trimestre, a taxa de desocupação do quarto trimestre de 2023 no Estado (5,2%) é maior do que a observada no mesmo período de 2022 (4,6%). Segundo o IBGE, essas duas oscilações, para baixo e para cima, "demonstram estabilidade estatística no índice".
No quarto trimestre, o contingente de pessoas ocupadas ficou em 5,948 milhões, o que representa aumento aumento de 1,8% ante o trimestre anterior. Na comparação com o mesmo trimestre de 2022 (5,951 milhões), apresentou queda no total.
País
Com a atualização, a taxa de desocupação no Estado segue abaixo da média nacional. No país, o indicador chegou a 7,4% no trimestre encerrado em dezembro de 2023, um recuo de 0,3 ponto percentual ante o trimestre anterior. Com o resultado, a taxa média anual do índice foi de 7,8% em 2023, menor patamar desde 2014.