O Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central (BC) deu início na terça-feira (26), em Brasília, à sétima reunião do ano para definir a taxa básica de juro, a Selic, e deve repetir os aumentos promovidos nos últimos cinco encontros. Nesta quarta (27), ao fim do dia, a decisão será anunciada.
Com a alta da inflação nos últimos meses, a previsão das instituições financeiras é de que a Selic deva subir de 6,25% para 7,5% ao ano nesta reunião. A expectativa de alta também está no mais recente boletim Focus, pesquisa divulgada toda semana pelo BC: para o final de 2021, o mercado prevê que a taxa fique em 8,75%.
Na ata da última reunião, os membros do Copom sinalizaram que devem manter a elevação da Selic no mesmo patamar de 1 ponto percentual diante da piora dos índices de preços. Já o mercado agora espera por um aumento maior, de 1,25 ponto percentual, tanto no encontro desta terça e quarta-feira quanto na última reunião do ano, dias 7 e 8 de dezembro.
Dessa forma, a Selic continuará em um ciclo de alta, depois de passar seis anos sem ser elevada. De julho de 2015 a outubro de 2016, a taxa permaneceu em 14,25% ao ano. Depois disso, o Copom voltou a reduzir os juros básicos da economia até que a taxa chegou a 6,5% ao ano, em março de 2018.
Em julho de 2019, a Selic voltou a ser reduzida até chegar ao menor nível da história, em agosto de 2020, de 2% ao ano. Começou a subir novamente em março deste ano, quando avançou para 2,75% ao ano e, no início de maio, foi elevada para 3,5% ao ano. Em junho, agosto e setembro, subiu para 4,25% ao ano, 5,25% ao ano e 6,25% ao ano, respectivamente.
A taxa Selic
A taxa básica de juro é usada nas negociações de títulos públicos emitidos pelo Tesouro Nacional no Sistema Especial de Liquidação e Custódia (Selic) e serve de referência para as demais taxas da economia. Ela é o principal instrumento do Banco Central para manter a inflação sob controle.
Quando o Copom aumenta a taxa, a finalidade é conter a demanda aquecida, e isso causa reflexos nos preços porque o juro mais alto encarece o crédito e estimula a poupança. Desse modo, taxas mais altas também podem conter a atividade econômica. Ao reduzir a Selic, a tendência é de que o crédito fique mais barato, com incentivo à produção e ao consumo, reduzindo o controle da inflação e estimulando a atividade econômica.
Entretanto, as taxas de juros do crédito não variam na mesma proporção da Selic, pois a Selic é apenas uma parte do custo do crédito. Os bancos também consideram outros fatores na hora de definir os juros cobrados dos consumidores, como risco de inadimplência, lucro e despesas administrativas.