A possível construção de um prédio com 91 andares provoca inquietação em Taquara, no Vale do Paranhana. Comentários sobre o arranha-céu se espalham por bate-papos em redes sociais e despertam curiosidade nas ruas do município gaúcho com 57,6 mil habitantes. Surpresa com o tamanho da obra, parte da população aguarda pela divulgação de mais detalhes do projeto.
A história chama tanta atenção que, nesta terça-feira (8), alguns moradores aproveitavam para fotografar, com seus celulares, o terreno que pode receber o edifício. O espaço fica no centro da cidade, na Rua Ernesto Alves.
Ali funcionava uma fábrica da Pirisa, marca de inseticidas fundada em 1952. Durante a manhã, operários trabalhavam com uma escavadeira na demolição de parte da antiga estrutura, na esquina com a Rua Rio Branco. A paisagem da área é preenchida por lojas, restaurantes e uma escola.
— O assunto está na boca do povo — resume uma moradora que prefere não ser identificada.
Por ora, apesar da expectativa gerada no município, não há garantia de que o gigante sairá do papel. Responsável pelo projeto, a Porto Incorporadora, da vizinha Parobé, encaminhou à prefeitura de Taquara pedido para análise de viabilidade técnica.
A empresa espera o aval do poder público antes de se manifestar. A prefeitura também foi consultada pela reportagem, mas evita se pronunciar no momento.
Caso avance, o projeto deve resultar no maior prédio da América do Sul. A altura prevista é de pelo menos 304 metros, sem contar possíveis estruturas como antenas e para-raios, que elevariam a medida. Hoje, em Santiago, capital chilena, o edifício Gran Torre, com 300 metros, é apontado como o maior da região.
— É uma ideia que parece legal. Pode trazer movimento para cá, mudar o perfil da cidade — relata o comerciante Amarildo Pereira da Rosa, 57 anos, que trabalha perto do local que pode receber a construção em Taquara.
Segundo ele, o número de pessoas que passaram a circular pela área aumentou nos últimos dias, assim que o burburinho ganhou corpo no município. As imagens do projeto ainda não são conhecidas.
O novo edifício teria 56 apartamentos de luxo. Desses, 28 ocupariam um andar cada. Os demais 28 seriam no estilo loft, do 35º ao 91º andar, com pé direito (altura) duplo. Ou seja, cada uma dessas unidades ocuparia o equivalente a dois andares.
Enquanto não há uma resposta da prefeitura sobre a viabilidade da obra, lideranças empresariais do município também adotam cautela. Sem a confirmação do avanço do projeto, optam por não emitir opinião.
Além da parte residencial, o projeto ainda prevê 162 vagas de estacionamento e conjunto comercial com 20 lojas. A instalação de um mirante estaria em análise.
— Se sair, vai ser um prédio muito grande. Pode ser benéfico para a cidade — diz o comerciante Paulo Ferreira, 55 anos, que trabalha próximo da área da possível construção.