
A renovação do auxílio emergencial em 2021 chegou a ser discutida entre parlamentares, mas, até o momento, o governo federal descarta ampliar o programa. Em meados deste mês, o ministro da Economia, Paulo Guedes, voltou a sinalizar que o benefício será encerrado na virada do ano.
— Vamos retirar o auxílio e vamos nos concentrar em entregar as vacinas — pontuou Guedes.
Depois, no último dia 23, o ministro disse que o governo segue preocupado com os "invisíveis", expressão que define grupos como o de trabalhadores informais. Sem entrar em detalhes, mencionou que o tema seria analisado mais à frente.
O discurso de Guedes indica que o governo pretende avançar na agenda de reformas para beneficiar a economia em 2021. No entanto, projetos dessa natureza têm esbarrado em série de dificuldades desde o ano passado. Em 2020, a pandemia também prejudicou os planos do ministro.
Antes das eleições municipais, o governo chegou a estudar a criação de programa para substituir o Bolsa Família, marca das gestões petistas. Inicialmente, a proposta foi batizada como Renda Brasil. Depois, passou a ser ventilado o lançamento do Renda Cidadã. Contudo, a discussão foi congelada diante do impasse na busca por recursos para financiamento.
No último dia 15, o presidente Jair Bolsonaro afirmou que o governo não prorrogará o auxílio emergencial, nem criará programa de distribuição de renda. Segundo o presidente, a ideia seria "aumentar um pouquinho" o Bolsa Família.
— Quem falar em Renda Brasil, vou dar cartão vermelho, não tem mais conversa — comentou Bolsonaro, em entrevista à TV Band. — Tenho falado com a equipe econômica. Vamos tentar aumentar um pouquinho isso daí (Bolsa Família) — completou
Os números
- O auxílio emergencial foi criado em abril como forma de proteção, durante a pandemia, a grupos como o de trabalhadores informais. Inicialmente, foi pago em cinco parcelas de R$ 600. Em seguida, foi estendido até dezembro, em até quatro parcelas de R$ 300
- O benefício chegou a R$ 12,1 bilhões em pagamentos para beneficiários no Rio Grande do Sul, até 22 de dezembro, conforme a Caixa Econômica Federal
- O montante equivale a 2,5% do PIB gaúcho (R$ 475,17 bilhões em 2019)
- O valor do auxílio contempla tanto as cinco parcelas iniciais de R$ 600 quanto a extensão de R$ 300 mensais
- No Brasil, a quantia transferida chegou a R$ 289,1 bilhões, até 22 de dezembro, segundo a Caixa
- O banco não sinaliza a quantidade de beneficiários atendidos por Estado.
- Portal do Ministério da Cidadania indica que, no Rio Grande do Sul, 2,8 milhões de pessoas foram elegíveis para receber as cinco parcelas iniciais. O número é quase o dobro da população de Porto Alegre (1,5 milhão de habitantes)
- No Brasil, 68,2 milhões de pessoas foram elegíveis para receber os pagamentos iniciais
- De acordo com o ministério, beneficiários contemplados pela extensão já estavam recebendo as parcelas de R$ 600