O presidente do Serviço Nacional de Aprendizagem do Cooperativismo no Rio Grande do Sul (Sescoop-RS), Vergilio Perius, afirmou estar "tranquilo" quanto a um possível corte do governo federal no Sistema S – sinalizado em mais de uma ocasião pelo ministro da Economia, Paulo Guedes. Segundo ele, já houve uma tentativa neste sentido, que não avançou.
— Estamos muito tranquilos com relação ao eventual corte. Isso já foi tentado em 2004 por uma emenda constitucional e não foi possível avançar. (...) O pensamento jurídico é um só. Em 2004, o governo não atingiu o processo e (o projeto) foi arquivado por ofender a liberdade sindical autônoma e os direitos individuais conquistados. Não há um centavo de recurso público no Sistema S — explicou Perius, nesta segunda-feira (13), em entrevista ao Gaúcha Atualidade.
O corte, conforme Guedes afirmou em almoço no final de dezembro, na Federação das Indústrias do Estado do Rio de Janeiro (Firjan), antes da posse do novo governo, seria de 30% a 50% sobre o que é pago atualmente. Já em abril, durante palestra em Campos do Jordão (SP), o ministro disse que as entidades usam a maior parte do dinheiro para "financiar campanha e comprar prédio".
Para Perius, a intenção do ministro envolve negociações.
— Ele não está equivocado, ele sabe melhor que nós. Ele evidentemente quer, na medida que força isso, fazer negociações paralelas com as entidades do Sistema S. Por isso, acho que o sistema poderia se reunir e debater em comum o assunto — disse.
Segundo Perius, o Sescoop-RS investiu 76% do orçamento – de R$ 39,5 milhões – em educação e capacitação no ano passado. No total, diz, 38 mil pessoas tiveram acesso gratuito a cursos profissionalizantes.
A projeção para 2019 é de 45 mil alunos atendidos e encaminhados para algum ofício ligado a cooperativas, seja na gestão ou na política de associados.
— No meu entender, o ministro Guedes deveria dizer "façam mais", porque precisamos preparar as pessoas para os empregos. Temos necessidade de avançar ainda mais no processo de capacitação e treinamento — afirmou o presidente da Sescoop-RS. — Criar (oportunidade) para esses 13 milhões de desempregados, os quais a metade não se ajusta mais ao mercado moderno.