
As exportações totais do Rio Grande do Sul e as da indústria de transformação apresentaram desempenhos diferentes no fechamento do terceiro trimestre. As primeiras somaram US$ 4,94 bilhões entre julho e setembro, o que representa avanço de 3,3% em relação ao mesmo período de 2016. Essa alta foi determinada pelo grupo das commodities, a partir do incremento de 10,9% (totalizando US$ 1,68 bilhão).
No caso das vendas externas do setor secundário, de US$ 3,22 bilhões, houve queda de 0,3% no valor embarcado, representando 65,2% de tudo o que foi negociado pelo Estado. É o nível mais baixo para o terceiro trimestre desde 2006 (US$ 3,1 bilhões).
_ Os números do comércio exterior da indústria gaúcha são alarmantes. Após um início promissor em 2017, estamos observando o aprofundamento de perdas que comprometem ainda mais a capacidade das empresas exportadoras em contratar e se manter competitivas globalmente _ disse o presidente em exercício da Federação das Indústrias do Rio Grande do Sul (Fiergs), Gilberto Ribeiro.
Com este fechamento de trimestre, a indústria de transformação no Estado completou quatro anos consecutivos de perdas nessa base de comparação. As exportações em 2017 nesse período foram 25,7% menores do que as de 2013 e 28,5% inferiores ao pico, registrado em 2008. O crescimento em 53,7% da procura da Argentina por produtos gaúchos impediu uma queda ainda maior nas exportações do Rio Grande do Sul. Se a demanda externa do país vizinho tivesse se mantido estável em comparação com 2016, por exemplo, o setor secundário teria recuado 5,9%.
Os setores que exerceram os principais impactos positivos para a indústria gaúcha foram veículos automotores, reboques e carrocerias (38,9%), químicos (14,6%) e materiais elétricos (112,5%). Contribuíram de forma mais negativa alimentos (-17,3%), celulose e papel (-30,8%) e máquinas e equipamentos (-16,2%).
As importações totais gaúchas no período alcançaram US$ 2,56 bilhões, alta de 18,7% se comparada com o mesmo período do ano anterior.
De janeiro a setembro de 2017, as exportações do Rio Grande do Sul acumularam US$ 13,2 bilhões, alta de 6,1% em relação ao mesmo período de 2016. As commodities e os produtos da indústria aumentaram as vendas em 10,7% (total de US$ 4,1 bilhões) e 4,1% (somando US$ 9,1 bilhões), respectivamente. Veículos automotores, reboques e carrocerias (48,2%), químicos (17%) e produtos de metal (27,3%) puxaram o crescimento. Já alimentos (-4,4%), celulose e papel (-20,4%) e tabaco (-9%) registraram as maiores perdas.
A China seguiu como o principal comprador do Estado no período, com US$ 4,03 bilhões, elevação de 15,6% em comparação aos nove primeiros meses do ano passado. Em seguida vieram a Argentina e os Estados Unidos.