A economia caxiense fechou julho com queda de 17,4% no acumulado de 12 meses. O comércio é o setor mais afetado, com retração de 25,5%. A indústria registrou encolhimento de 19,5%. Nos serviços, a queda foi de 8,9%. Os dados foram divulgados nesta terça-feira (30) pela Câmara de Indústria, Comércio e Serviços (CIC) e pela Câmara de Dirigentes Lojistas (CDL). Apesar dos índices ainda negativos, os especialistas ressaltam que o cenário está melhorando gradualmente.
No comparativo de julho sobre junho, por exemplo, a economia acelerou 1,6%. O índice foi puxado especialmente pela indústria, que cresceu 3,2%. O comércio teve uma leve alta de 0,2%. Apesar de se manter praticamente estável, esse número foi motivo de satisfação para os analistas. Conforme o assessor de Economia e Estatística da CDL, Mosár Leandro Ness, julho costuma ser um mês fraco para o comércio em função das férias escolares. Com o Dia dos Pais, celebrado em agosto, a expectativa é que o aquecimento do setor se mantenha. Já os serviços tiveram retração de 0,3% no sétimo mês de 2016. De acordo com os especialistas, esse foi o último setor a sofrer os efeitos da crise e, por isso, deve demorar mais tempo para se recuperar.
A continuidade na melhoria dos índices depende da definição sobre o impeachment da presidente afastada Dilma Rousseff, aposta o empresariado. "O ambiente está mais favorável. As pessoas estão mais otimistas. Mas isso ainda não está se traduzindo em negócios", afirmou o vice-presidente de Indústria da CIC, Carlos Zignani.
Em julho, o mercado de trabalho formal cortou 909 postos de trabalho. Caxias tinha em julho 161.774 empregados. São 21.339 vagas a menos que em 2013, quando houve o maior número de vagas preenchidas no município. O diretor de Economia, Finanças e Estatística da CIC Alexander Messias avalia que o ritmo de redução de postos vai diminuir nos próximos meses. Mas ele considera que novas contratações só devem ocorrer a partir de 2017, numa projeção que ele ainda considera otimista.