Após a reunião do Comitê de Política Monetária (Copom) que manteve, na véspera, a taxa Selic em 14,25% ao ano, o dólar voltou a operar em alta e atingiu a marca de R$ 4,17 nesta quinta-feira. A moeda encerrou o pregão vendida a R$ 4,1655, variando 1,47% – novo recorde nominal desde criação do real, em 1994
A moeda operou em alta durante toda a sessão. Na máxima do dia, por volta das 9h30, chegou a ser vendido a R$ 4,172. Nas horas seguintes, a alta desacelerou, mas a cotação voltou a disparar depois das 16h. A divisa acumula alta de 5,5% em 2016. O dólar subiu no dia seguinte à decisão do Comitê de Política Monetária do Banco Central (Copom) de manter a taxa Selic - juros básicos da economia - em 14,25% ao ano. Juros menos altos deixam de atrair capitais financeiros para o país, pressionando para cima a cotação do dólar.
O câmbio também foi afetado por fatores externos. A Bolsa de Xangai caiu 3,23%, no menor nível desde dezembro de 2014. A desaceleração da China tem afetado o mercado global, apesar de o governo do país ter anunciado a injeção de 600 bilhões de yuans na segunda maior economia do planeta. No ano passado, o país asiático cresceu 6,9%, a menor expansão dos últimos 25 anos. A instabilidade na economia chinesa afeta países exportadores de commodities - matérias-primas com cotação internacional - como o Brasil. A redução da demanda por produtos como ferro e soja barateia as exportações brasileiras. Com menos dólares do comércio internacional entrando no país, a cotação sobe.
Na Bolsa de Valores, o dia foi de leve recuperação. O índice Ibovespa, da Bolsa de Valores de São Paulo, encerrou esta quinta-feira com alta de 0,19% aos 37.717 pontos. As ações da Petrobras, que na quarta-feira fecharam no menor nível em 13 anos, desta vez subiram. Os papéis preferenciais, que dão preferência à distribuição de dividendos, fecharam em R$ 4,50, com alta de 1,58%. As ações ordinárias, que dão direito a voto na assembleia de acionistas, encerraram em com alta de 6,07%, em R$ 6,29.