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Prestes a completar 25 anos, a Expodireto Cotrijal tornou-se uma das maiores feiras do agronegócio internacional — hoje pessoas de mais de 70 países visitam o evento e os resultados têm se mantido na marca dos bilhões em negócios no parque de exposições em Não-Me-Toque, no norte gaúcho.
A primeira edição, entre 21 a 24 de março de 2000, nasceu em contexto no qual agricultores do norte gaúcho tinham pouco ou nenhum acesso à internet, o que fazia com que as feiras fossem os únicos meios para conhecer novos métodos de produção e novidades do mercado.
A iniciativa permitiu que a Expodireto já começasse em alta: naquela primeira edição, mais de 41,1 mil pessoas visitaram a feira que teve 114 expositores e terminou com R$ 21 milhões em negócios.
— Sentimos muito orgulho das contribuições da feira para o segmento, do espaço que ela proporciona como palco de importantes debates e reivindicações para o produtor rural e da credibilidade que ela conquistou ao longo destes anos — disse o presidente da Cotrijal, Nei César Manica.
As contribuições têm a ver com o objetivo principal da feira: aproximar o produtor rural do conhecimento e das novas tecnologias, seja através de uma conversa com profissionais da área ou palestras técnicas com demonstrações de produtos.
Quem acompanha essa história desde o começo é a empresa Stara, que tem sede em Não-Me-Toque e foi um dos primeiros expositores da feira.
— Como todo desafio, a Expodireto começou pequena e com bastante dificuldade, mas ano após ano foi crescendo e mostrando a sua relevância — contou a gerente de marketing da empresa, Cíntia Dal Vesco.
— Foram as empresas de Não-Me-Toque as primeiras que apoiaram esse sonho para que depois as maiores começassem a vir também — completa.
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Esse também é o caso da Jan Implementos Agrícolas, que faz parte da lista de instituições que abraçou a iniciativa da cooperativa no início dos anos 2000. Há 25 anos no mesmo terreno do parque, o gerente comercial da empresa, Claudiomiro Santos, afirma que fazer parte da história da feira é somar os valores do próprio negócio com o valor da marca Expodireto.
— Eu participo de todas as feiras do circuito nacional e até algumas internacionais, e nessas oportunidades eu encontro pessoas de outros estados e é imediata a associação da cidade de Não-Me-Toque com a Expodireto. Eu acredito que esse reconhecimento de saber que somos da cidade da feira não aconteça somente com a Jan — conta.
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Crescimento gradativo
Dentro do time de organizações pioneiras que participaram das primeiras edições da Expodireto e seguem presentes até hoje está a Emater. Para o presidente da organização, Luciano Schwerz, a feira é uma oportunidade para mostrar aos agricultores boas práticas agrícolas, de produção e manejo, sempre acompanhadas de inovação e tecnologia.
— O agricultor entende que precisa estar cada vez mais conectado com aquilo que tem de melhor para ser eficiente, gerar renda e garantir a sua permanência no campo — disse.
Schwerz elenca um conjunto de fatores responsáveis pelo sucesso da feira. Entre eles, a qualidade do evento e as oportunidades de negócio, conhecimento, diálogo e interação são pontos essenciais e que representam a longevidade do encontro.
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— Eu diria que é um tripé que tem feito a feira crescer: a infraestrutura, a organização e o planejamento, junto com a qualidade das informações que estão presentes seja no espaço da Emater ou das outras empresas, que têm se qualificado muito, e também a busca do agricultor por inovação e por tecnologia — conclui.
Neste ano, os eventos da feira devem se voltar para as soluções aos desafios climáticos enfrentados no campo, uma prova de que a Expodireto acompanha os assuntos de seu tempo. Além da perspectiva otimista de negócios — só no ano passado foram mais de R$ 7,9 bilhões, quase 12,5% a mais que em 2023 —, o espaço serve para reunir pessoas de olho em um mesmo objetivo: melhorar as práticas e promover o desenvolvimento do meio rural.
— Nosso objetivo é que produtores e produtoras rurais se mantenham no campo e sigam desenvolvendo as suas propriedades, o que gera toda uma cadeia de prosperidade que envolve o agronegócio e toda a sociedade — terminou Mânica.