O presidente da rede gaúcha de varejo Renner disse em entrevista ao Gaúcha Atualidade nesta segunda-feira (16) que o País está parado à espera de decisões e citou a demora para destravar o ajuste fiscal. Segundo José Galló, a recuperação começa pelo ajuste porque os gastos públicos não cabem mais no PIB brasileiro. Porém, o empresário ressaltou que nada vai mudar se não houver uma avaliação do porquê da crise, já que 60 a 70% dela tem origem na crise política.
O presidente das lojas Renner afirmou ainda que outra saída para a crise é o protagonismo empresarial e falou do movimento que busca implantação de medidas de curto prazo, porém revela que a tentativa de ação esbarra novamente na questão política.
"Temos dificuldade, porque praticamente hoje não se sabe quem manda no Brasil. O desafio é com quem falar".
O empresário também comentou as incertezas da continuidade do ministro da Fazenda, Joaquim Levy, e os rumores sobre a volta do ex-presidente do Banco Central, Henrique Meirelles "A formula de Meirelles é exatamente igual a do Levy."
Galló acrescentou que o caminho não é voltar a apostar no crédito, porque foi isso um dos motivos que levou à crise atual. "Não falta crédito atualmente, o que falta é confiança na economia para isso".
Sobre as expectativas para o Natal, o presidente da Renner afirmou que espera uma compensação das restrições de consumo que ocorreram ao longo do ano, mas destacou que a principal preocupação são com os próximos dois ou três anos. José Galló foi o primeiro entrevistado de uma série periódica que o o programa Gaúcha Atualidade promove para analisar o momento atual econômico do Brasil e apontar saídas para a crise.
