Cercado de cobranças e descrédito, o governo Dilma Rousseff engatou quinta marcha durante o final de semana para tentar desfazer o erro que foi considerado a última gota dágua no copo cheio de mágoa em relação ao Planalto. Pode ocorrer nesta segunda-feira o anúncio de um corte de despesas para tentar consertar o equívoco de apresentar orçamento com previsão de déficit de R$ 30,5 bilhões. No sábado "apareceram" oportunidades de cortar R$ 15 bilhões, que teriam subido no domingo para mais de R$ 20 bilhões.
Para alcançar o superávit com o qual se comprometeram Dilma e o ministro Joaquim Levy, depois do efeito devastador do orçamento deficitário, seriam necessários mais R$ 45 bilhões. Em boa matemática, isso significa que, em meio ao tiroteio, o Planalto terá de sacar a munição dos impostos. Se já é difícil para um governo popular elevar tributos, por mais que prometa que o fará temporariamente, o que dizer de um que conta nos dedos o percentual de apoio.
A se confiar nos sinais de aliados e candidatos a ex-aliados, pode ser a bala de prata deste governo. Junto, virá o corte de ministérios. Ainda que não contribua muito para o corte de despesas, é importante que seja efetivo, não recheado, em sua maioria, de rebaixamento de secretarias. E de uma vez, arquive-se o discurso de que, se a política pública não tem ministério, não existe.