A inflação oficial, medida pelo Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) ficou em 0,71% em abril, ante 1,32% em março, divulgou nesta sexta-feira o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). O resultado veio dentro do intervalo das estimativas de analistas que esperavam uma taxa entre 0,65% e 0,93%, e abaixo da mediana prevista, de 0,75%. Com o resultado, o IPCA acumula altas de 4,56% no ano e de 8,17% em 12 meses.
A alta consideravelmente menor nas tarifas de energia elétrica em abril foi a principal contribuição para a desaceleração do IPCA no mês passado. O item subiu 1,31%, após o expressivo aumento de 22,08% em março, quando refletiu a revisão das tarifas em todas as regiões pesquisadas, além do reajuste de 83,33% sobre o valor da bandeira tarifária vigente.
A alta de 1,31% registrada no mês passado refletiu a pressão exercida pelas regiões de Salvador, Belo Horizonte, Rio de Janeiro, Fortaleza e Recife, informou o IBGE. Com os aumentos ocorridos, o consumidor está pagando neste ano, em média, 38,12% a mais pelo uso da energia, enquanto nos últimos 12 meses as contas estão 59,93% mais caras.
Diante da trégua nas tarifas de energia, o grupo Habitação desacelerou de 5,29% em março a 0,93% em abril. O alívio não foi maior porque outros itens pressionaram, entre eles gás de botijão (1,05%), condomínio (0,85%), mão de obra para pequenos reparos (0,73%), aluguel residencial (0,72%) e artigos de limpeza (0,64%). As taxas de água e esgoto, por sua vez subiram 0,61%, com reajustes no Recife, Curitiba e Brasília.
As passagens aéreas ficaram 10,21% mais caras em abril, informou o IBGE. Apesar disso, o grupo Transportes desacelerou de 0,46% em março para 0,11% em abril. A desaceleração, segundo o IBGE, ocorreu porque os combustíveis ficaram mais baratos. Os preços da gasolina caíram 0,67%, enquanto o etanol cedeu 2,33%.
De acordo com o IBGE, a alta de 8,17% em 12 meses até abril é a maior desde dezembro de 2003, quando a taxa acumulada ficou em 9,30%. Já a alta de 4,56% no acumulado dos quatro primeiros meses deste ano é a mais intensa para o período desde 2003 (6,15%). Na leitura mensal, o avanço de 0,71% no IPCA de abril é o maior para o mês desde 2011, quando o aumento foi de 0,77%, segundo o IBGE.