Uma frase do governador José Ivo Sartori chamou atenção na solenidade de posse da diretoria do Banrisul (por ter de passar por aprovação da Assembleia e do Banco Central, a substituição da indicação do governo anterior demora mais).
Ao dizer como o banco deveria se comportar daqui para a frente, Sartori afirmou que o Banrisul deve se focar na sua posição no mercado, "sem escrúpulos ou comprometimento ideológico". Também frisou que o banco "precisa viver por sua própria capacidade".
Como o governador se retirou imediatamente depois da cerimônia, coube ao novo presidente, Luiz Gonzaga Vera Mota, tentar explicar a diretriz do governador:
- Não sei exatamente o que ele quis dizer com isso, mas a mensagem do governador é que o Banrisul deve estar inserido nas comunidades.
Após a cerimônia, a assessoria do Piratini esclareceu que, ao usar a expressão, Sartori quis se referir à agressividade comercial.
Diante do grande público que se comprimia no Salão Nobre da sede do banco, o governador ainda afirmou:
- Tenho de confessar a vocês que enfrentei algumas dificuldades quando defendi que o banco não seria político, mas seria profissional.
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A nova diretoria, comandada por Gonzaga (ele mesmo ligado ao Banrisul há 36 anos), é composta por seis funcionários de carreira do banco, um servidor do Banco Central e outro da Secretaria da Fazenda, sem nenhum político.
Ao fazer seu discurso, o novo presidente destacou que, pela primeira vez em sua história, um funcionário de carreira do banco assume esse cargo. Foi muito aplaudido. Disse ainda que vai atuar em "diálogo permanente e construtivo", mas sem "improvisações", e reiterou o compromisso da nova diretoria com a capacidade de inovar e de criar valor para a instituição.
Túlio Zamin, que ocupou a presidência nos últimos quatro anos do governo Tarso, despediu-se e se colocou à disposição para ajudar. Sartori destacou uma frase do já ex-presidente - "fazer o que tem de ser feito" -, agradeceu e avisou que pode precisar "em algum momento ou outro".