A abertura de oportunidades no Estado no primeiro trimestre teve declínio de 16% em relação ao mesmo período de 2014. Os dados, levantados pela Produtive Carreiras, não representam cortes, mas reduções de contratação. A retração é mais forte (25%) na média gerência. Para cargos de alta gestão, houve até leve alta (1%).
- As empresas estão enxugando ao máximo as operações, inclusive gerando sobrecarga de níveis. O meio da pirâmide paga a conta. A cúpula precisa até de reforço para dar rumo - interpreta Rafael Souto, CEO da Produtive.
No segmento de tecnologia da informação (TI), no qual há escassez crônica de mão de obra, a demanda foi 60% menor.
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- A crise chegou no setor de serviços. No Rio Grande do Sul, os polos de tecnologia das instituições de ensino, que sempre contrataram em grande escala, desaceleraram em 2015 devido à crise - destaca Souto.
A demanda de executivos financeiros, ainda que abaixo da registrada em 2014, se mantém pela necessidade de profissionais para reduzir impacto da crise. Souto vê um dado positivo nesse declínio generalizado: uma "correção necessária" no mercado.
- Os níveis salariais estavam irreais. Muitos brasileiros estavam ganhando mais do que americanos e europeus, e isso eleva o custo. Enquanto o consumo ia bem, beleza. Bastou o consumo interno cair para expôr que a gente não é competitivo para o mundo.