Até pouco tempo atrás, oráculos de plantão convergiam, quase sempre, na mesma tecla: estava próximo o fim do varejo físico, como a gente conhece hoje, salvo raras exceções. Ninguém mais iria sair de casa para bater perna por aí e procurar determinado produto.
Não foi o que ocorreu, e ainda está havendo movimento no sentido inverso. O comércio virtual abriu lojas físicas, enquanto o tradicional ganha importância em alguns países. Os EUA são um bom exemplo da situação.
- É a chamada revolta dos tijolos. Mas há mais: antes, os diversos canais - compras por telefone, internet, mobile e tablet - não falavam entre si. Agora, a exigência é de que operem juntos em benefício do consumidor integrado à loja física, que ganha mais valorização no momento - argumenta Gustavo Schifino, presidente da CDL da Capital, sobre as tendências para o varejo, como ficou evidente na recente participação de grupo do Estado na NRF, considerada a maior feira do setor do planeta, em Nova York.
Parte do que foi visto, como a tendência de valorização do chamado capitalismo consciente, será repassada a lojistas em um evento no dia 28, na Capital, que já conta com mais de 400 inscritos.
Um exemplo são companhias que destinam parte de sua produção a causas sociais, como a fabricante de óculos que, a cada determinado número de unidades vendidas, garante uma parte para quem não tem recursos, e outra que envia pares de sandálias a crianças pobres da África.
Outra tendência é a expansão dos serviços no varejo para locações. E prepare-se: é aluguel para tudo. Até, pasmem, cachorros para o seu filho passear e se divertir por uma tarde, um mês ou 60 dias. Ou locação de um quarto de sua casa que não esteja em uso. Com mais dinheiro no bolso com a renda extra do aluguel, sobram recursos para a pessoa consumir no varejo, não no futuro, mas logo. Pelos menos foi o que viram os gaúchos nos Estados Unidos.