
A febre das impressoras 3D faz as mãos dos viciados em tecnologia coçarem. Se, inicialmente, o produto que saía dessas máquinas eram pequenas peças de plástico, hoje já se produzem artigos de decoração, aparelhos de MP3, brinquedos e uma série de outros objetos. E há quem pense em projetos bastante ambiciosos. Os entusiastas do método planejam fabricar até mesmo carros e casas. A forma como essa inovação se espalha pelo mundo tem diminuído o preço dos equipamentos - alguns modelos custam cerca de R$ 3 mil.
O problema continua sendo o valor dos filamentos plásticos que alimentam o dispositivo e dão vida aos projetos, cerca de R$ 200 o quilo. É esse problema que Joshua Pierce, pesquisador da Universidade Tecnológica de Michigan, nos Estados Unidos, deseja resolver. Com a ajuda de Christian Baechler e Matthew DeVuono, da Queen's University, no Reino Unido, ele desenvolveu uma máquina capaz de transformar as embalagens plásticas encontradas na dispensa de casa em matéria-prima para criativos modelos impressos em três dimensões.
O professor Alexandre Simões, do curso de robótica da Universidade Estadual de São Paulo (Unesp), assegura que a tecnologia desenvolvida pelo grupo é bastante viável e chega em hora oportuna. Ele conta que a universidade encomendou, em novembro do ano passado, os filamentos que serão usados na impressora 3D construída por um grupo de estudantes. Até a semana passada, o produto não havia chegado.
- A dificuldade de ter acesso ao material é um problema. As alternativas são muito bem-vindas - diz.
Para Simões, porém, ainda existem algumas perguntas em aberto sobre o projeto. A qualidade do plástico produzido não é relatada pelo grupo no artigo, e a máquina que realiza a impressão 3D é muito sensível a alterações de espessura e qualidade da matéria-prima. Uma sala com ar condicionado ligado pode fazer com que haja alterações de temperatura que, por sua vez, podem trazer características diferentes para cada ponto do filamento.