O Fundo Monetário Internacional (FMI) liberou nesta quarta-feira um novo lote de ajuda à Irlanda, de US$ 1,150 bilhão. O montante foi liberado depois que o país europeu passou pela sétima revisão deste mecanismo em três anos. "Apesar das consideráveis dificuldades, a sétima revisão apontou que as metas foram alcançadas", informou o FMI. Esta nova parte eleva a 19,1 bilhões de euros (US$ 24 bilhões) o montante de empréstimo concedido pelo FMI ao país no período, segundo o comunicado.
A Irlanda, cujos bancos foram duramente golpeados pela crise financeira, teve que pedir ajuda no final de 2010 a seus sócios europeus e ao FMI, que concederam uma linha de crédito de 85 bilhões de euros, em troca de grandes esforços fiscais. Diferentemente de Grécia e Portugal, os outros dois países do euro resgatados pela UE e pelo FMI, a Irlanda voltou à linha do crescimento. Um indicador do avanço relativo do país foi seu retorno em julho aos mercados de bônus, desde sua retirada em setembro de 2010, demonstrando sua capacidade em captar investimentos para as obrigações de longo prazo.
O FMI, no entanto, advertiu em seu comunicado contra o excesso de otimismo. "A recuperação econômica é tímida e o nível de desemprego é inaceitável", informou o primeiro diretor-geral-adjunto do FMI, David Lipton, em um comunicado, no qual disse ainda que é preciso aplicar um corte orçamentário "profundo". Após uma expansão da economia de 1,4% em 2011, o PIB caiu 1,1% no primeiro trimestre de 2012, mas em termos técnicos o país não se encontra em recessão. Em junho, 14,9% da população ativa estava desempregada. O país espera obter uma melhora das condições do plano de resgate, principalmente com relação à extensão média das datas para reembolsar os empréstimos acordados pela UE.