Em um novo movimento de consolidação do setor brasileiro de aviação civil, a Azul Linhas Aéreas deve anunciar nesta terça-feira fusão com a regional Trip. As negociações duraram cerca de seis meses.
Com a operação, a nova companhia ganhará musculatura e se isolará como terceira grande força da aviação brasileira, posição já ocupada atualmente pela Azul, com menor folga.
Juntas, as duas aéreas detinham 14,1% do mercado doméstico de passageiros em março, conforme dado mais recente da Agência Nacional de Aviação Civil (Anac). TAM e Gol tinham, respectivamente, 38,2% e 34,4%.
A concretização do negócio ainda depende de aprovação da Anac, que deve analisar a parte financeira da operação, e do Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade), responsável por julgar questões relativas a concentração de mercado.
A Azul deve deter cerca de 80% da nova companhia. Investidores da Trip ficarão com os demais 20%, com David Neeleman, empresário americano nascido no Brasil dono a Azul, se mantendo à frente do negócio. Além de Neeleman, fundos de investimentos integram o capital da Azul, entre os quais o Gávea e os estrangeiros TPG e Weston Presidio.
A Trip tem 20% de suas ações nas mãos da companhia aérea SkyWest, dos Estados Unidos, e o restante estão com os controladores, os grupos Capriolli e Águia Branca.
O entendimento entre a Azul e a Trip acontece pouco mais de um ano após a empresa regional assinar, com a TAM, um acordo não vinculante para vender 31% de suas ações à líder do mercado doméstico. O negócio, entretanto, acabou não indo para a frente.
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Aéreas Azul e Trip preparam fusão
Operação entre companhias depende de aprovação da Anac e deve ser anunciada nesta segunda
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