Mais de seis mil trabalhadores da Usina Hidrelétrica de Belo Monte, no Pará, entraram em greve nesta segunda-feira. A decisão foi tomada na semana passada em assembleia. Os funcionários da obra, a maior do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC), pedem, entre outras reivindicações, a redução do intervalo entre as chamadas baixadas e reajuste do valor do vale-alimentação.
Os operários bloquearam a única via de acesso às frentes de trabalho de obra da hidrelétrica e deixaram passar apenas funcionários dos serviços essenciais.
Roginel Gobbo, vice-presidente do Sindicato dos Trabalhadores nas Indústrias da Construção Pesada do Estado do Pará (Sintrapav-PA), afirmou que as negociações foram paralisadas pois não houve acordo com o Consórcio Construtor de Belo Monte (CCBM).
Entre as reivindicações dos trabalhadores, duas ainda não foram atendidas: a redução do período de baixada (quando eles recebem uma folga de nove dias para visitarem as famílias, com passagens pagas pelo CCBM), e o aumento do vale-alimentação, dos atuais R$ 95 para R$ 300. O consórcio só acenou com um aumento de R$ 15.
Dos cerca de 7,7 mil trabalhadores, apenas 850 estão cumprindo expediente nos serviços considerados essenciais para os alojamentos nos cinco canteiros da obra - principalmente nas áreas de saúde, água e esgoto, segurança patrimonial, alimentação, além de alguns eletricistas e pedreiros.
A greve dos trabalhadores de Belo Monte será a terceira em menos de seis meses. No fim de fevereiro, os operários decidiram apoiar a paralisação dos trabalhadores das usinas que estão sendo erguidas no Rio Madeira, em Rodônia (Jirau e Santo Antônio).
Antes, em novembro, a greve foi motivada por protestos contra as condições de trabalho e dos alojamentos. Os operários chegaram a bloquear um trecho da Rodovia Transamazônica.
Polêmica no Rio Xingu
Operários da Usina de Belo Monte entram em greve
Trabalhadores bloquearam a única via de acesso à obra
GZH faz parte do The Trust Project
- Mais sobre: