Os desafios enfrentados pelo cooperativismo e a importância desse modelo de negócio para avanço da economia e da sociedade foram debatidos no segundo Campo em Debate desta terça-feira (29), na Expointer, em Esteio. O uso de cooperativas para desenvolvimento das cidades e no combate à pobreza e à miséria estão entre os principais pontos citados no encontro, realizado na Casa RBS, no Parque de Exposições Assis Brasil. Integrantes do setor e políticos ligados ao agronegócio participaram do painel, mediado pela jornalista Giane Guerra, fruto de uma parceria entre RBS e Sistema Ocergs.
O presidente do Sistema Ocergs, Darci Pedro Hartmann, reforçou o protagonismo do cooperativismo dentro dos esforços por melhorias nas cidades:
— Todos esses resultados são investidos nas comunidades, gerando desenvolvimento nesses locais onde as cooperativas atuam.
Sobre crises administrativas e financeiras recentes envolvendo cooperativas gaúchas ligadas ao agronegócio, Hartmann afirma que é preciso mitigar os efeitos dessa adversidade e alinhar estratégias para evitar problemas de gestão no futuro.
O presidente da Central Sicredi Sul/Sudeste, Márcio Port, também seguiu nessa linha, salientando que o sistema cooperativista é “a soma das riquezas”. Port afirma que as cooperativas adotam determinada região e criam condições para crescimento nessas localidades.
— Valoriza aquilo que existe e faz crescer o faturamento e as riquezas de uma região — afirmou Port.
José Luiz Tejon, professor doutor, sócio-diretor da Biomarketing e personalidade Agro 2023, citou o cooperativismo como principal ferramenta para combater a desigualdade no mundo:
— Só existe uma maneira de combater a pobreza e a miséria no mundo. Primeiro, cooperativas. Segundo, líderes para essas cooperativas. Em terceiro lugar, ter as duas iniciativas anteriores.
Segundo Tejon, “país rico é país cheio de cooperativas”, negócios de diversos tamanhos e com várias especialidades e setores. Ele reforça o slogan: "onde existem cooperativas, tem prosperidade”.
O presidente da Fecoagro-RS, Paulo Pires, afirma que, independentemente do modelo ou do setor, o cooperativismo tem o mesmo objetivo e princípios. Nesse sentido, destaca a necessidade de o associado entender seu papel dentro do negócio para unir esforços e ter mais efetividade no cumprimento dos objetivos:
— Nossa missão é mostrar que o associado é o dono da cooperativa e cliente desse negócio.
Pires afirma que, mesmo com as estiagens que afetam o cooperativismo, o setor segue apresentando um crescimento positivo com base nos últimos prognósticos.
Na segunda parte do debate, o deputado federal e coordenador de assuntos econômicos da Frencoop nacional, Alceu Moreira, disse que é preciso criar um ambiente com previsibilidade e segurança jurídica no âmbito das cooperativas. Em seguida, reforçou a importância da reforma tributária dentro desse processo para esclarecer as definições no âmbito das cooperativas.
O deputado estadual, presidente da Comissão de Agricultura, Pecuária, Pesca e Cooperativismo da Assembleia, Luciano Silveira, afirmou que é importante discutir alguns pontos, como participação de jovens, alternância no comando e aprimoramento de gestão para aperfeiçoamento desse modelo de negócio.
A necessidade de avanços em irrigação para desenvolvimento e mitigação de perdas no campo também foi debatido pelos painelistas no evento.