Criado no fim do século XIX, o cooperativismo se consolidou desde então como uma forma sustentável de fazer negócios e impulsionar o desenvolvimento econômico e social das regiões onde está inserido. A atuação coletiva e estruturada possibilita às cooperativas que se faça bons negócios e, principalmente, que os resultados sejam revertidos em investimentos locais.
As cooperativas podem ter inúmeras finalidades. O Sistema Ocergs, por exemplo, reúne 423 delas, distribuídas em sete áreas: agronegócio, crédito, saúde, infraestrutura, transporte, consumo e produção de bens. Ainda que sejam atividades diferentes entre si, elas têm muita coisa em comum.
– O cooperativismo tem a característica de ser uma sociedade de pessoas em que os resultados são distribuídos para seus donos, os associados. As decisões são tomadas de forma democrática. Se a assembleia decide que uma parcela deve ser reinvestida, é feito – explica o presidente do Sistema Ocergs, Darci Hartmann.
Segundo Hartmann, essa distribuição de recursos faz com que a economia local se desenvolva, pois descentraliza o capital e impulsiona outros negócios. Além disso, as cooperativas dão suporte completo aos associados, técnica e administrativamente. Para otimizar todas as etapas de produção, a aposta é em formação continuada – prova disso é que R$ 300 milhões já estão reservados para alavancar a capacitação dos profissionais associados ao longo dos próximos quatro anos.
Por não buscar lucro, mas sobras para poder crescer e remunerar os associados, o cooperativismo não sofre o impacto de ter resultado a qualquer custo. A gestão se fundamenta na qualidade dos processos e, consequentemente, dos produtos e serviços oferecidos. A forma que os cidadãos têm de impulsionar as cooperativas e, consequentemente, o desenvolvimento, é adquirindo produtos e contratando serviços dessas organizações.
– Queremos ter um produtor que esteja feliz e possa produzir, para que o consumidor receba o melhor produto e a relação entre processo e consumo seja sustentável. Toda a qualidade estabelecida e os processos certificados saem das mãos dos produtores e levam aos consumidores como se fosse feito para eles mesmos – garante Hartmann.
Ao dar sustentação para um trabalho profissional e competitivo no campo, o cooperativismo atenua, ainda, o êxodo rural. Hartmann entende que o produtor, em princípio, não quer sair da propriedade, mas o faz especialmente em busca de um salário maior na cidade. Como o resultado da cooperativa serve para remunerar e ainda reinvestir e se desenvolver, ele fica e evolui.
Hartmann explica que esse reinvestimento, definido em assembleia de associados, leva desenvolvimento às pequenas comunidades do interior, seja no campo ou na cidade – não precisa nem ser na cidade em que fica a sede da cooperativa: onde tem cooperativados, o giro de capital é garantido. Uma cooperativa presente em 30 cidades, por exemplo, distribui as sobras em cada uma delas, o que acaba fomentando o comércio, a indústria e os serviços. Tudo isso sem perder de vista a sustentabilidade econômica e ambiental.
– Estamos investindo R$ 2 milhões em projetos de sustentabilidade desenvolvidos por 12 cooperativas, focados em temas como preservação da água e capacitação. A cooperativa não é um ente que vem retirar recursos. Se a comunidade cresce, ela cresce junto. Essa simbiose é que dá uma sinergia tão grande ao desenvolvimento e crescimento das comunidades – conclui Hartmann.
Carimbo SomosCoop
O carimbo SomosCoop é uma forma importante que a cooperativa criou para que o consumidor possa identificar facilmente produtos e serviços realizados pelo movimento e saiba que está adquirindo algo de qualidade e produzido através de uma atuação coletiva. Além disso, reafirma que aquele produto carrega consigo os valores do movimento coop., ou seja, que defende o cuidado com as pessoas e o desenvolvimento de comunidades.
Vale destacar que muitas cooperativas brasileiras produzem de grãos a carnes e oferecem diversos serviços. A coop, por exemplo, pode ser encontrada no agro, na saúde, na educação, na energia, no crédito e mais. Para fazer parte deste movimento, é simples. Basta procurar por produtos oferecidos pelas cooperativas do grupo e que visam desenvolver as suas comunidades.