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O desejo de ganhar massa muscular pode levar muitas pessoas a acreditarem que quanto mais peso, melhor. No entanto, a experiência de Kristina Schmidt mostra que essa lógica tem seus riscos. A jovem fitness de 24 anos sofreu uma fratura no quadril ao tentar executar a elevação pélvica com 140 kg sem a técnica adequada. O resultado? Dor intensa, afastamento dos treinos e um alerta sobre a importância da execução correta dos exercícios. Se a meta é o crescimento muscular, saber equilibrar carga, volume e execução é essencial para evitar lesões e garantir evolução contínua.
Existe carga ideal?
De acordo com o personal trainer e educador físico Tauan Gomes, não existe uma “carga ideal” para o peso, mas é possível encontrá-la com segurança. “Antes, é importante diferenciar a carga de aquecimento da carga de trabalho. No aquecimento, o foco é preparar o corpo, ativar as articulações e o movimento com segurança, usando mais repetições e menor intensidade”.
Agora, quando se trata de carga de trabalho, “o peso deve ser ajustado para permitir entre 8 e 12 repetições, sendo que as últimas 2 ou 3 devem exigir esforço, respeitando as orientações de descanso entre as séries, velocidade do movimento e amplitude. Caso o exercício esteja fácil de concluir dentro desse parâmetro, o peso deve ser ajustado de forma gradativa”.
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Sobrecarga causa possíveis lesões
Segundo o profissional, a sobrecarga sem preparo pode levar a lesões graves. “O treino de musculação não se resume a aumentar cargas; há várias formas de estimular o ganho de massa sem excesso de peso. Se fosse só levantar cargas, qualquer trabalhador pesado teria músculos avantajados, por exemplo. Além da hipertrofia, o treino fortalece ossos e articulações, combate a sarcopenia e melhora a qualidade de vida”, conta Tauan Gomes.
O profissional alerta que “forçar o corpo além do que ele está preparado, exigindo demais do organismo sem a devida preparação, coloca em risco a integridade das articulações, ossos e músculos. O resultado pode ser uma lesão que te afasta dos treinos por meses ou até exige intervenção cirúrgica”.
Supervisão e técnica são fundamentais
Não é o peso em si que determina o sucesso do treino, mas sim a qualidade da execução dos movimentos. “Mesmo que a pessoa consiga erguer altas cargas, sem técnica o risco de lesão é alto, por isso, é essencial ter um profissional acompanhando, ajustando postura e orientando a progressão da carga”, enfatiza Tauan.
A linha entre esforço produtivo e sobrecarga prejudicial é tênue, e saber reconhecer os limites do corpo faz toda a diferença. “Desconforto leve é normal, mas dor aguda e constante é sinal de alerta. Nesses casos, o ideal é interromper o treino e buscar a avaliação de um especialista para evitar lesões que possam comprometer a continuidade e a evolução dos treinos”, conclui Tauan.
Por Tayanne Silva