O dia não poderia começar melhor do que com o café da manhã no Hotel Casacurta. Com um visual encantador e arborizado, possui uma piscina externa incrível — a arquitetura é inspirada nos palácios do Vale do Loire, na França. Há mais de 60 anos, o hotel oferece descanso e lazer com muito charme. Na mesa do café da manhã, de encher os olhos por sinal, pães, frios, bolos e tortinhas de amêndoas. A vontade é de ficar lá por horas.
A expedição segue para outro ponto tradicional da cidade, o Café Luna Park. O café é ponto de encontro de gerações no Centro de Garibaldi desde 1936, seja para o cafezinho da manhã, da tarde — cafezinho passado, adoçado e servido no copinho — ou no happy hour. O Luna Park também possui uma pizzaria com forno à lenha e, à noite, entram em ação as torneiras de chope artesanal e de frisante, além de possuírem um espumante próprio (Brut, Moscatel e Brut Rosé).
O destino seguinte é a visita e degustação às cegas na Vinícola Garibaldi, também no Centro. A cooperativa teve sua fundação há mais de 80 anos. Com os olhos vendados, os outros sentidos ficam em uma espécie de estado de alerta, dando a impressão de mais pronunciados. Assim, a acidez é mais perceptível e os sabores parecem ser sentidos com mais intensidade. Na barrica onde acontece a degustação, conhecemos os espumantes Garibaldi Moscatel, Pinot Noir Rosé e Prosecco, o Extra Brut Garibaldi VG, com 9 meses de maturação, e ainda o tinto Merlot e branco Chardonnay da linha Chalet du Clermont.
A segunda vinícola visitada, Vinícola Peterlongo, possui o primeiro registro oficial do Champagne brasileiro, o "moscato Typo Champagne", em 1913. Lá a visita foi pelas caves subterrâneas, para fermentação e armazenamento dos vinhos, e pela cave barril para os vinhos tranquilos (Merlot, Tannat, Touriga Nacional e Teroldego). Aos sábados, no final da tarde, a Peterlongo liga o projetor no jardim para o Wine Movie: duas sessões de cinema com pipoca e espumantes em taça e garrafa. Na degustação o destaque ficou com os espumantes Privilege Brut e Extra Brut, Peterlongo Elegance Brut e Nature.
Na parada para o almoço: Tabacaria Benvenuto. O nome do local permanece o mesmo até hoje, pois em sua origem era uma verdadeira tabacaria italiana, com opções de vinhos e espumantes em taça, drinks e petiscos rápidos. Com serviço e atendimento impecáveis, caíram no gosto da cidade e a tabacaria precisou aumentar a casa e o cardápio. Hoje abrem de terça a sábado para almoço e happy hour, com excelentes opções como a tábua de entrecot, prime rib, linguiça de pernil e polenta, o tortelone de gorgonzola com sálvia e as pizzas fininhas em estilo uruguaio, cortadas em xadrez.
A viagem seguiu o rumo para a Casa Pedrucci, uma microchampanharia com produção de 20 mil garrafas ao ano. A Pedrucci produz espumantes de método charmat, mas o foco da vinícola é nos espumantes de método tradicional (champenoise) e no processo de maturação — maior responsável pela cremosidade do espumante champenoise. Lá vimos de perto e participamos do processo de dégorgement, a retirada dos resíduos sólidos que ficam na garrafa do espumante depois da fermentação. A degustação foi de peso, com destaque para o Millésime 2010 e o Casa Pedrucci Nature, com 30 meses de maturação.
Último destino da viagem: Vinícola Calza, em Monte Belo. Além da produção e venda de vinhos finos e espumantes de método champenoise, lá ocorre também a venda de barricas fechadas por cliente: ele faz a montagem do corte de uvas, o engarrafamento e a rotulagem, a vinícola fica responsável apenas pelo armazenamento. Como diferencial, usam leveduras naturais selecionadas pela Embrapa e barricas de carvalho esloveno.
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Na websérie Caminhos do Vinho Brasileiro, vamos te mostrar algumas rotas enogastronômicas pelo interior do RS. Com a parceria do projeto Vinhos do Brasil, do Instituto Brasileiro do Vinho (Ibravin), gravamos uma série com 5 episódios por destinos que estão despertando a atenção de quem é fã de vinhos e espumantes.
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Caminhos do Vinho Brasileiro - Episódio Dois: Rota dos Espumantes de Garibaldi e Monte Belo
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