Região conhecida pela sua tradição boêmia, a zona norte do Rio de Janeiro concentra diversos botecos de ótima qualidade, onde é possível comer e beber bem por um preço mais em conta do que na zona sul. Eu já tinha ouvido falar muito sobre o Cachambeer e finalmente consegui conhecê-lo, num happy hour durante a semana.
O nome do bar é um trocadilho em homenagem ao bairro onde está localizado, Cachambi. O local era um boteco "pé sujo" frequentado apenas por homens que ficavam até tarde bebendo, então, em 2002, foi comprado por Marcelo, um antigo cliente da casa. O novo dono decidiu fazer uma grande reforma e transformá-lo num "pé limpo" com boa comida e ambiente familiar.
Com fachada simples e ambiente interno iluminado e colorido, o Cachambeer tem fama de formar filas que chegam a 2 horas de espera nos fins de semana. Eu fui numa terça e cheguei lá em torno das 20h, mesmo assim já havia um bom movimento. O clima é bem descontraído (leia-se sem frescura) e o bar recebe todas as faixas etárias.
Chegando lá, a primeira coisa que me chamou atenção foram as churrasqueiras na calçada. Ali é preparado o carro chefe da casa: costela no bafo. Após marinar por 12 horas em ervas finas, a costela é assada por 6 horas nessas churrasqueiras!
Uma regra da casa é o chope geladíssimo. Segundo o dono do Cachambeer, "se o chope estiver quente, fecho o bar e vamos beber em outro lugar". Além de gelado, o chope estava muito leve e chegou bem rápido.
Já que fomos ao bar em pleno Comida di Buteco, pedimos o tira gosto concorrente do concurso. O nome do petisco é "De coxinha não tem nada, nem de galinha" e ele consiste em quatro coxinhas que chegam à mesa cortadas ao meio, mostrando que são feitas com muito recheio e pouca massa. São quatro sabores: feijoada, costela no bafo, porquinho embriagado e camarão com catupiry. Todas deliciosas, mas a de porquinho embriagado foi a minha preferida, feita com costela de porco com molho barbecue, o sabor era marcante e diferente!
E então chegou a hora da atração principal, a famosa costela no bafo! Fiquei impressionada quando o garçom chegou com esse pedaço de carne enorme coberto de cebola, que era a porção para duas pessoas. Apresentação de encher os olhos!
E ainda tinham os acompanhamentos: arroz branco, batata frita, farofa de ovo e molho à campanha (vinagrete). Ninguém ali tava para brincadeira .
Servi o meu primeiro prato com um pouquinho de cada coisa. Enquanto isso, observei o pedido da mesa ao lado, um prato clássico do bar que leva o delicado nome de "Infarto completo". É uma tábua gigante com coração, linguiça, torresmo, carne-seca, carne de sol, aipim frito, cebola, salsinha e manteiga de garrafa. Infelizmente não consegui fotografar esse, mas acho que já deu para entender que as porções lá são grandes, até exageradas! A vibe do Cachambeer é comer bem e em quantidade, dividir os pratos entre várias pessoas e, obviamente, não se preocupar com calorias!
Tudo muito bom, mas a costela... Não tem como explicar, que loucura! Carne que se desfiava ao encostar o garfo e se desmanchava na boca, macia e saborosa ao extremo. Ficamos sabendo que o bar vende em média 250 kg de costela no bafo por semana! Acho que uma imagem vale mais que minha tentativa de descrever a sensação de comer essa maravilha, então fiquem com essa foto:
Depois de comer o quanto conseguimos dessa costela incrível, pedimos a conta e fomos presenteados com um chope Garotinho (esse é o "apelido" do chope de 200ml aqui no Rio). Uma gentileza que fechou com chave de ouro o atendimento exemplar que recebemos durante toda a noite!
A nossa porção de costela era para duas pessoas, mas estávamos em três e ainda assim sobrou bastante carne, que pedimos para embalar para viagem. Nossa conta, com dois chopes por pessoa (além da cortesia da casa) ficou em torno de R$ 60 para cada um. Resumo da noite: admiração pelo Cachambeer, estabelecimento que faz tudo que se propõe a fazer com excelência, e certeza de que vou frequentar mais a zona norte!
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Cachambeer: botecando na zona norte do Rio
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