A alegria estampada no rosto das detentas de Litchfield ao final da terceira temporada de Orange is the new black não permanece por muito tempo. Logo, a felicidade de desfrutar de um banho no lago – após terem fugido em massa – vai dar lugar à tensão. Previamente renovada até o sétimo ano, a série estreia hoje sua quarta temporada na Netflix. Com credenciais para ser devorada pelos fãs, como apontou pesquisa do serviço de streaming, a produção retorna mais sombria.
Se a espera acabou, a angústia está só começando. Isso porque as personagens voltam ainda mais complexas, e algumas enveredam por caminhos bem sinuosos. ZH assistiu aos primeiros seis episódios – então, se você não curte spoilers, melhor parar de ler por aqui. Enquanto as antigas prisioneiras são trazidas de volta pela guarda fortemente armada, uma nova leva de criminosas chega à penitenciária, e esse será o início das tensões. A lotação do lugar vai dobrar de um dia para o outro, e toda a lógica precisará ser alterada. Nesse caldeirão de hormônios de Litchfield, algumas detentas lutarão por poder, enquanto outras precisarão limpar suas sujeiras.
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A agora veterana na cadeia Piper (Taylor Schilling) continua a mostrar seu lado egocêntrico e dominador. Depois de ter sucesso em seu negócio ilegal de venda de calcinhas, ela acha que manda na prisão. Mas seu domínio será desafiado por Maria Ruiz (Jessica Pimentel) e o grupo das latinas, que decidem fazer concorrência ao "empreendimento" da protagonista. Esse movimento levará a intensos e perigosos conflitos interétnicos dentro da prisão, principalmente, quando Piper fizer uma improvável aliança com os guardas e entregar Maria para proteger "as suas" – ou seja, as brancas.
Enquanto Piper quer poder, sua ex-namorada Alex (Laura Prepon) se mete em rolos mais violentos. Em legítima defesa, ela e Lolly (Lori Petty) – a personagem que pensa ser perseguida pela CIA – matam o enviado de Kubra, antigo chefe de Alex no tráfico de drogas. Para acobertarem o crime, elas acabam envolvendo outras detentas, inclusive a poderosa Red (Kate Mulgrew).
Tudo isso envolto no pano de fundo de uma prisão agora administrada pela iniciativa privada. A superlotação vai expor as prisioneiras a ainda mais problemas do que os habituais. Mas o agora diretor Joe Caputo (Nick Sandow) se mostra mais humano e determinado a melhorar as condições em que vivem as mulheres.
PARA PRESTAR ATENÇÃO
Entre mistérios e dúvidas
Nem todas as dúvidas que ficaram da terceira temporada serão solucionadas logo no primeiro episódio da quarta. Vai ser preciso paciência para saber alguns desfechos. Mas se há uma coisa que o roteiro de Orange is the new black tem de bom são os ganchos que levam o público a querer ver o episódio seguinte. E isso não vai faltar. Neste novo ano, pela primeira vez, a série vai mostrar o que acontece dentro da penitenciária de segurança máxima (sempre muito comentada entre as detentas). Pelo menos três personagens conhecidas estarão por lá, cada uma com seus problemas particulares, mas todas com histórias entrelaçadas. Mostrar essa outra parte pode ser uma saída da produção para levar a história até uma sétima temporada.
Uma estrela entre elas
A chegada de uma estrela da televisão vai mexer com a prisão. E não só com as detentas. Junto com a leva de novas prisioneiras que chegam a Litchfield está Jude King (Blair Brown), para alegria da superfã Poussey (Samira Wiley), que chega a ficar sem reação diante de seu ídolo.
Em meio à superlotação, a ex-apresentadora de programas culinários vai receber regalias da administração, o que vai provocar indignação. Além disso, a aproximação dela com o supervisor Sam Healy (Michael Harney) vai deixar Red (Kate Mulgrew) com ciúmes. Vai ser um duelo de ruivas. O que ninguém percebe no começo é o fato de Jude ser manipuladora e muito mais esperta do que pode parecer em um primeiro momento.
O caos da superlotação
Se na terceira temporada de Orange is the new black a privatização da penitenciária de Litchfield já mexeu com a vida das detentas, neste quarto ano as coisas tendem a piorar – e muito. A empresa que administra o local resolveu dobrar o número de prisioneiras, atitude que terá consequências sérias. Para atender à demanda, serão implantados turnos para as refeições. Nem todas terão ocupação, e a convivência com novos guardas será bem difícil. Sem contar a falta de verba para atender questões básicas, como a distribuição de produtos de higiene pessoal. Falta até lugar na capela para todo mundo. Nos seis episódios a que ZH assistiu, fica claro que esse será um dos pontos de maior conflito. A prisão, agora, parece uma panela de pressão prestes a explodir.