Os primeiros episódios da série Angry Birds Bubble Trouble já podem ser conferidos online e gratuitamente. A animação, de relevância mundial, teve como responsável pela criação artística uma empresa da capital gaúcha, a Hype Animation. Em conjunto com dois estúdios da América Latina, que ficaram responsáveis especialmente pela parte de produção, criaram sob o nome da parceria Los Amigos a mais nova e bem-sucedida obra envolvendo os populares personagens.
— A Rovio (responsável pela franquia Angry Birds) entrou em contato e falou que o primeiro episódio da série foi a maior audiência do canal deles. Teve uma recepção positiva. Foi muito acima da média da maioria das séries deles — conta o roteirista Jordan Nugem. — O mais importante para mim é o público estar gostando. Eu vejo no Twitter as crianças fazendo desenhos da série e fico extremamente feliz — completa.
A trama traz os personagens ainda filhotes, explorando a infância de Red, Bomb, Chuck, Stella e Silver. Um novo episódio é disponibilizado todo sábado no canal do YouTube do Angry Birds e, por não ter diálogos, pode ser assistido por pessoas de qualquer país. É possível começar a assistir a série a partir de qualquer ponto, já que as histórias são independentes.
A proposta de criar a série veio da própria Rovio, que enviou um convite para algumas empresas de animação — incluindo a Hype Animation — para apresentarem suas ideias. Nugem conta que foi contatado pelo estúdio de animação, onde já trabalhou e com quem atualmente faz parcerias, para que ele participasse do trabalho. Além disso, julgou-se propício formalizar a colaboração com os estúdios PunkRobot, do Chile, e Red Animation Studios, do Peru, criando assim o Los Amigos.
A decisão acabou trazendo vantagem: com três estúdios trabalhando em paralelo, foi produzido até mesmo um mini teaser, que agradou a Rovio e tornou a nova empresa vencedora da competição. Apesar das diferenças culturais e de fuso horário entre os países, foi a pandemia que impôs um desafio para eles, já que a gravação das dublagens teve de ser interrompida.
— Isso estava sendo feito com um estúdio de São Paulo e tinha vozes de criança. Eles tiveram de fazer mil mixagens com o que tinha. A gente teve sorte que não era falada a dublagem, era muito através de grunhidos — conta o produtor executivo e CEO do grupo, Gabriel Garcia.
Para o roteirista, também estava em jogo a questão da duração dos episódios: a trama tinha de se desenrolar em 60 ou até 90 segundos. Além disso, tanto ele quanto o diretor, Fabiano Pandolfi, frisaram o fato de que trabalhar com a franquia incitava muita responsabilidade — especialmente porque a Rovio deu apenas algumas diretrizes básicas, deixando bastante espaço para liberdade criativa.
— Foi uma delícia fazer o Angry Birds Bubble Trouble. Ao mesmo tempo, o ônus e o bônus das coisas: essa delícia de fazer uma coisa conhecida que é uma mega responsabilidade de atender aos fãs. Sabe que quando o pessoal gosta muito de uma coisa é complicado tu mexer nela. É legal, mas ao mesmo tempo desafiador — diz Pandolfi, acrescentando que a parte mais divertida do trabalho é, justamente, criar essas histórias.
Com a finalização do projeto, novas portas abriram-se para os gaúchos e a Los Amigos, empresa que, agora, começa a buscar sua consolidação com a Rovio e no cenário mundial. Para além de parcerias, Garcia aponta que há a pretensão de que o estúdio venha a executar seus próprios projetos também.