A estreia de Michel Houellebecq como romancista (antes já havia publicado poesia) se deu em 1994 com Extensão do domínio da luta, mas seu nome extravasou as fronteiras da França com o lançamento, em 1998, de Partículas elementares, um livro no qual ele estabeleceu as bases em que operaria consistentemente ao longo das décadas seguintes: romances com um olhar satírico sobre utopias coletivas do século 20 e desprezo pelo que o autor considera o caráter invertebrado da sociedade hedonista contemporânea. Tais posicionamentos, veiculados em prosa tão direta quanto veemente, não demorariam a acertar vários alvos e a provocar polêmicas que ajudaram a sedimentar a fama do escritor como énfant terrible da literatura francesa – fama que ele ainda mantém, mesmo não sendo mais um garoto.
Fronteiras do Pensamento
Michel Houellebecq: as polêmicas de um provocador sem concessões
Controverso desde o início da carreira, crítico das ideologias de esquerda hegemônicas na França, Houellebecq provocou polêmicas tanto por suas obras quanto por suas declarações à imprensa
Carlos André Moreira
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