A sinceridade de Paola Carosella fica evidente para quem assiste ao MasterChef, programa exibido toda terça-feira, às 22h30, pela Band. A chef de cozinha e jurada do programa viu sua popularidade crescer à medida que também teve de se acostumar com a fama e aprender a fazer bom uso dela para passar a mensagem desejada.
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Paola defende o respeito pelo ingrediente, pelo próximo e pela natureza. E tenta demonstrar isso tanto na sua postura dentro do programa quanto na vida e na administração de seus negócios, o restaurante Arturito e o La Guapa Empanadas Artesanais e Café.
Na entrevista a seguir, a chef argentina de 43 anos fala sobre o que aprendeu no MasterChef, o sucesso, sua sensibilidade como jurada e se já pensou em sair do programa. Além disso, Paola opina sobre o glamour em torno dos chefs, em que aspecto o trabalho na cozinha pode ser mais difícil para uma mulher e o que a fez ficar no Brasil.
Quando iniciou a primeira temporada do MasterChef, você imaginou que o programa pudesse alcançar tanto sucesso?
Não imaginava. O sucesso se deu de forma progressiva, e isso me ajudou porque tive um tempo para aprender a lidar com o êxito do programa.
Já são três temporadas do MasterChef e uma do MasterChef Júnior em que você atua como jurada. O que aprendeu com essas experiências?
Para mim, foi muito importante estar em um momento da minha vida de mais maturidade, no qual eu estava preparada para ouvir críticas do público. Aprendi o quão importante é ter certeza do que se está fazendo para filtrar das críticas o que realmente é necessário e descartar aquelas que são vazias.
Em alguns episódios, você chegou a chorar. É impossível deixar de lado a emoção na hora do julgamento?
Não deixo a emoção de lado nunca. Me envolvo com as pessoas, é inevitável. Mas isso não quer dizer que deixo esse envolvimento atrapalhar na hora de julgar os pratos. Já fui muito dura na avaliação de participantes pelos quais eu tinha muito carinho. Isso é prova de que nós estamos sendo imparciais. Eu julgo os pratos, não as pessoas.
Já pensou em deixar de ser jurada do 'MasterChef'?
Não. Nunca.
Falando da sua carreira, você começou a cozinhar aos 18 anos e seu caminho profissional não foi fácil. Qual o valor de cada conquista para você?
Eu tenho uma carreira longa. As conquistas sempre foram proporcionais ao salto que eu estava disposta a dar naquele momento. Elas foram acontecendo e me dando segurança para seguir com novos desafios, novos saltos e novas conquistas.
O que você acha do glamour em torno dos chefs de cozinha?
A fama atrapalha se você não tem estrutura, se é apenas fama sem conteúdo. Mas se você tem conteúdo e atinge um certo nível de notoriedade, acho que é ótimo porque você tem a chance de ser ouvida ao passar a sua mensagem.
É mais difícil para as mulheres dominarem as cozinhas dos restaurantes?
Tem duas questões que são mais fáceis para o homem num trabalho na cozinha: uma é o esforço físico, muitas vezes necessário; a outra é o horário. Não é muito fácil estar na cozinha todo o tempo que é necessário e administrar uma casa com filhos, por exemplo.
Você enfrentou preconceito e assédio quando começou na carreira?
Não enfrentei nenhum preconceito ou sofrimento. Minha carreira foi uma delícia e me fez muito feliz. Foi dura, mas me fez muito feliz.
O que a trouxe até o Brasil e lhe motivou a construir sua carreira aqui e não em outro lugar do mundo?
Em 2001, eu era mão direita do chef argentino Francis Mallmann, que foi contratado para abrir o restaurante A Figueira Rubayat. Eu vim para dirigir a cozinha no restaurante e fiquei no Brasil. Quando decidi abrir meu próprio restaurante, já sabia que seria em São Paulo.
TV
"Não deixo a emoção de lado nunca", admite Paola Carosella, jurada do "MasterChef"
Em entrevista, chef argentina de 43 anos fala sobre o que aprendeu no "MasterChef", o sucesso, sua sensibilidade como jurada e se já pensou em sair do programa
Estadão Conteúdo
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