
O Mosqueteiro Solitário (The Lonely Musketeer, 2024) é um dos filmes imperdíveis da 21ª edição do Festival Internacional de Cinema Fantástico de Porto Alegre, o Fantaspoa.
Escrita e dirigida por Nicolai Schumann, esta coprodução entre Reino Unido e Alemanha está fazendo no Fantaspoa sua estreia na América Latina. Haverá duas sessões, que podem ser as únicas nos cinemas brasileiros: neste domingo, às 20h30min (com presença do diretor de fotografia Bruce Jackson), e na terça-feira (22), às 16h30min. Ambas ocorrem na Cinemateca Capitólio.
Coadjuvante em séries como Taboo (2017), Pennyworth (2019-2022) e Os Irregulares de Baker Street (2021), o ator inglês Edward Hogg tem aqui o grande papel de sua carreira.

Para começo de conversa, é praticamente só Hogg que aparece em cena nos 95 minutos de duração deste suspense em preto e branco. Seu personagem, Rupert, é um magnata do mercado financeiro que acorda trancado em um lugar sem portas nem janelas — com exceção de uma fresta onde seus olhos não alcançam. Esse também é praticamente o único cenário do filme.
Rupert não faz ideia de como foi parar ali, e tudo o que tem é um celular antigo. O protagonista, então, passa a usar o aparelho para tentar se lembrar de seus passos anteriores e investigar quem pode estar por trás dessa brincadeira de mau gosto ou, pior, de seu sequestro. Entrementes, vasculha as sombras de suas próprias memórias.
O Mosqueteiro Solitário é absolutamente intrigante na narrativa — ficamos ávidos por novas pistas e revelações — e absolutamente esplêndido na forma. Schumann, o diretor de fotografia Bruce Jackson e o editor Top Tarasin jamais deixam o cenário ou a trama se tornarem monótonos. A equipe está sempre explorando ângulos nesse confinamento de quatro paredes, usando a luz para gerar impacto ou traduzir sentimentos, aproximando ou afastando a câmera do personagem.
Hogg, por sua vez, jamais deixa a peteca cair e faz do seu rosto uma montanha-russa de emoções.
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