Quando o show do Maroon 5 em Porto Alegre foi anunciado, em agosto, um abaixo-assinado de fãs começou a circular nas redes para que ele não fosse realizado no estacionamento da Fiergs. Foram mais de 2 mil assinaturas. Isso porque diversas apresentações internacionais sediadas no local foram minadas de reclamações, como a do Foo Fighters, realizada em janeiro do ano passado. A reivindicação não deu resultado, mas, mesmo assim, todos os ingressos disponíveis foram vendidos – estima-se que em torno de 30 mil, capacidade da Fiergs.
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Com relação à banda, zero queixas – Adam Levine e companhia fizeram jus ao sucesso e levaram o público à loucura na noite desta quarta-feira. A chuva é que colocou a organização do evento à prova. Luísa Drummond, 25 anos, supervisora de diligências em um escritório de advocacia, havia ido na apresentação do Foo Fighters e participou do abaixo-assinado. Para ela, a acústica melhorou muito de um evento a outro.
– Levei medo, principalmente quando o som da segunda banda de abertura não saía, não dava para escutar nada do que o vocalista cantava. Graças a Deus, o som do Maroon 5 estava bom – comentou.
No entanto, avalia que a saída do local é problemática. Luísa demorou uma hora para conseguir fugir do congestionamento em frente à Fiergs. A confusão no entorno também foi um ponto negativo para Franciele Bressan, 29, empresária que veio de Garopaba, Santa Catarina, assistir ao show. Ela acredita que o estacionamento é insuficiente para o número de pessoas:
– Estacionamos a um quilômetro e meio da Fiergs e tivemos que percorrer a Assis Brasil caminhando, na chuva, com trânsito intenso, e estávamos com uma criança de 11 anos. Era o primeiro show dela e ela ficou um pouco ansiosa com isso, depois relaxou.
O empresário Bruno Leal, 28 anos, que veio de Curitiba, discorda. Ele chegou às 21h, próximo ao horário de início do show, e conseguiu um lugar no estacionamento oficial, que custava R$ 30. Para ele, apesar do trânsito, a entrada e a saída foram tranquilas. A principal reclamação de Leal é a mesma da de muitos outros que foram de pista: a baixa visibilidade do setor.
– A área da pista é muito longe do palco, e é tudo plano, então quem fica mais atrás não enxerga nada, só os telões. As torres de iluminação e a casa de som também estavam bem no meio da pista – avaliou.
Ele opina que eram poucos banheiros e que os preços dos alimentos lá dentro eram "absurdos" (R$ 12 a cerveja e R$ 10 a água com os vendedores ambulantes; nas tendas, R$ 10 a cerveja e R$ 8 a água). Além disso, não havia nenhum local coberto para se proteger da chuva por alguns instantes.
– Eu não deixaria de ir em um show por causa do lugar, normalmente é uma oportunidade única de ver um artista que a gente gosta, mas acho triste gastar um caminhão de dinheiro e não conseguir aproveitar bem o show, ver ou escutar bem – declarou Luísa.