Um texto da atriz e escritora Fernanda Torres no blog #AgoraÉqueSãoElas, do jornal Folha de S. Paulo, provocou grande debate na internet nesta terça-feira. No artigo intitulado Mulher, Fernanda começa descrevendo as dificuldades que mães, sejam solteiras ou casadas, passam ao criar filhos após o fim do que chama de "casamento indissolúvel". Depois disso, ela escreve que o machismo não lhe incomoda, dizendo que "A vitimização do discurso feminista me irrita mais do que o machismo".
"Fora as questões práticas e sociais, muitas vezes, a dependência, a aceitação e a sujeição da mulher partem dela mesma. Reclamar do homem é inútil. Só a mulher tem o poder de se livrar das próprias amarras, para se tornar mais mulher do que jamais pensou ser", justifica, no texto.
Ela usa como exemplo sua relação com uma antiga babá, Irene, que era "um avião de mulher".
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Para ela, "o assédio (sofrido por Irene) não a diminuía, pelo contrário, era um poder admirável que ela possuía e que nunca cheguei a experimentar [...] Já beirando a idade em que nos tornamos invisíveis ao peão da obra da esquina, rejeito as campanhas anti fiu fiu e considero o flerte um estado de graça a ser preservado."
As palavras têm sido criticadas e suas afirmações estão provocando discussões sobre o feminismo. A repercussão do texto da atriz se dá no mesmo dia em que a campanha #SouFeministaPQ, promovida pela página Não Me Kahlo, está nos trending topics do Twitter.
Por meio da hashtag, mulheres e homens relatam suas razões para apoiarem o feminismo.