O pai de Mônica, Cebolinha, Cascão, Magali, Jotalhão, Penadinho e tantos outros completa 80 anos na próxima terça-feira, dia 27. O 2º Caderno pediu para três artistas gráficos desenharem uma homenagem a Mauricio de Sousa e contarem como o universo do paulista inspirou suas criações.
Walt Disney brasileiro
por Gilmar fraga
O gosto pela Turma da Mônica é algo que passou de pai para filho. Eu li, e meu filho leu também, mas comecei a ler por influência da minha irmã, que gostava muito e comprava os gibis. Meus personagens prediletos nunca foram o Cebolinha e a Mônica. Eram o Astronauta, o Piteco, o Horácio, personagens mais B. Gostava muito do Penadinho, também, porque tinha um clima de história de horror, tudo desenhado com esse traço padrão. Mauricio de Sousa é uma espécie de Walt Disney brasileiro. Ele é essencial para uma cultura quadrinística nacional.
Inspiração desde a infância
por Samanta Flôor
Comecei a ler as histórias da Mônica quando aprendi a ler e quase imediatamente comecei a produzir meus próprios gibis, todos bem inspirados no universo do Mauricio de Sousa. Por isso, foi uma grande honra ser chamada para participar do livro sobre a vida dele (organizado pela editora Panini em comemoração aos 80 anos do criador da Turma da Mônica) e, principalmente, porque na história que desenhei ele tem a mesma idade que eu tinha quando comecei a ler e desenhar. Sobre os personagens, sempre achei a dupla Mônica e Cebolinha muito interessante. A Mônica é uma personagem feminina forte e independente, e o Cebolinha é meio sacana e espertalhão!
Uma paixão nada secreta
por Carla Pilla
Quando pequena, aprendi a ler sozinha com os quadrinhos da Turma da Mônica. Minha personagem favorita era mesmo a dentuça espevitada e seu coelho encardido, mas, como sempre tive um carinho especial por animais, adorava quando Bidu, Floquinho e Chovinista apareciam junto com a turma. Nos meus últimos tempos de gibi, já mais crescida, participei da votação para escolher o nome de um novo personagem, o gato da Magali. Da infância para os dias atuais, transformei em profissão meu amor pelos gibis, livros, quadrinhos e desenhos. Volto a ser criança quando ilustro livros infantis e criei meus próprios personagens de quadrinhos, que (não por acaso) são dois gatos. Se eles se infiltrassem em alguma história da turminha, aposto que a Pelica iria amarrar as orelhas do Sansão só para tentar botar a culpa no Bidu, sua paixão secreta!