De Porto Alegre para São Paulo, daí rumo ao Japão, em seguida EUA, depois Canadá, volta para os EUA e Rio de Janeiro. Essa é a maratona que aguarda o Hibria pelos próximos dois meses, quando cai na estrada para mais de 50 shows divulgando o recém-lançado quinto álbum.
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Não que tocar fora do país seja uma novidade para o grupo porto-alegrense. Preste a completar 20 anos de atividades, o Hibria tem público cativo no Exterior, especialmente no Japão - primeiro país a receber o novo disco e onde a banda se apresenta pela sexta vez. Para o guitarrista Abel Camargo, rodar na gringa é essencial para manter o grupo em evidência e garantir sua continuidade:
- O cenário do metal no Brasil está crescendo, mas ainda está longe do que é em outros países, principalmente quando a gente fala em estrutura. Sem contar que tocar fora do país nos faz crescer não só como músicos, mas também nos dá outro entendimento de como o mercado musical funciona.
Ficar de olho na indústria musical, no entanto, não significa fazer concessões musicais. Prova disso foi o abandono do rígido caderno de regras do heavy metal no novo trabalho - não à toa intitulado com o nome da banda. Hibria é um disco que não abandona o peso e a velocidade características do grupo, mas aposta em novas tintas.
Pain, a faixa de abertura, por exemplo, ganhou excelente arranjo de metais com Jorginho do Trompete e o saxofonista Ronaldo Cereal (que voltam em Ashamed), enquanto Life brilha com belos e delicados arranjos orquestrais (cortesia do maestro Adriano Machado).
O bom trabalho do quinteto continua em Tightrope, que poderia se ater ao thrash, mas no meio do processo flerta com o hard rock. A balada roqueira Fame traz o vocalista Iuri Sanson dividindo os microfones com a cantora Mia Coldheart, da banda Crucified Barbara; e Ghost dá espaço para as criações dos guitarristas Abel Camargo e Renato Osorio e para a cozinha competente de Eduardo Baldo (bateria) e Benhur Lima (baixo).
- Todo mundo na banda ouve de tudo e acho que isso está bem representado nas músicas. Tentamos compor da maneira mais espontânea possível, o que resultou no nosso disco mais diferente - explica Camargo. - No estúdio, enquanto gravávamos, a gente se perguntava "Será que podemos fazer isso?". A resposta sempre era "Claro que podemos". Não vendemos a alma para ninguém, oras (risos).
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Gustavo Brigatti
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