
Desentupidor de vaso, vassouras e baldes. Onde nós enxergamos objetos de limpeza sem charme, os músicos do Stomp vislumbram instrumentos completos e, com eles, montam um espetáculo que mistura percussão, coreografia e comédia. A filosofia do grupo inglês, sucesso há 24 anos, é de que é possível fazer música com qualquer coisa. Para o integrante brasileiro da companhia, Marivaldo dos Santos, uma simples caminhada pela cidade é uma experiência musical:
- Às vezes, você está na rua, e o cara que está batendo o prego na construção faz aquilo tão repetitivamente, num andamento que é música. Os sons urbanos, se você parar para pensar, são musicais. São quase uma orquestra - compara.
É verdade que hoje tem muito músico tirando sons de objetos prosaicos, mas quando o Stomp surgiu a ideia era menos comum. Naquele verão de 1991, Luke Cresswell e Steve McNicholas fizeram a primeira apresentação do grupo, que nos anos seguintes faria turnês mundiais apresentando-se para 12 milhões de pessoas, comerciais para marcas como Coca-Cola e Toyota e shows no Oscar e nas Olimpíadas. Hoje, a dupla cria espetáculos não para uma, mas quatro companhias do Stomp: duas apresentam-se sempre na Broadway e no London West End, enquanto as outras viajam pelo mundo. Porto Alegre recebe, entre hoje e domingo, uma dessas trupes viajantes, que inicia uma turnê nacional. Serão cinco apresentações na Capital - duas são sessões extras, para dar conta da procura.
Esta é a quarta vez que o Stomp vem ao Brasil. Quem os assistiu em 2010, sua última passagem pela Capital, verá um espetáculo parecido, mas há números novos que utilizam carrinhos de supermercado e tubos que soam como sapos coaxando. Alguns números antigos ganharam novas coreografias, como o que usa isqueiros. Os clássicos do grupo, com latas de lixo e vassouras, também estão presentes em versões retrabalhadas.
Usando um variado estoque de objetos, os 12 músicos do grupo passeiam por batidas brasileiras, japonesas e cubanas, entre muitas outras. Mas também usam seus corpos como instrumentos e pedem que a plateia participe da festa. De acordo com Marivaldo, a animação do público muda completamente o espetáculo:
- No Japão, eles só batem palma no final do show, e aquilo para a gente é estranho. Então fazemos um show que busca a participação do público, avisando que ele pode dar risada, participar. Se em Porto Alegre a galera for reservada, a gente vai tentar fazê-la participar.
Então é preciso perguntar: e se for animada?
- Bom, aí o show vira um Carnaval total.
STOMP
Quarta, quinta e sexta, às 21h, sábado, às 17h, e domingo, às 15h.
Teatro do Bourbon Country (Av. Túlio de Rose, 80, 2º andar).
Classificação: 10 anos.
Duração: 1h40min.
Ingressos: R$ 50 (mezanino, galerias e plateia alta 2), R$ 100 (plateia alta 1), R$ 100 (plateia baixa) e R$ 150 (camarote), com 10% de desconto para Clube do Assinante RBS, Cartão Alelo Cultura (até dois ingressos, somente na bilheteria do teatro), Zaffari Card e Bourbon Card. Pontos de venda (sem taxas): bilheteria do Teatro do Bourbon Country (de segunda a sábado, das 10h às 22h, e domingo e feriado, das 14h às 20h). Pontos de venda (com taxas): site ingressorapido.com.br, Call Center 4003-1212 (de segunda a sábado, das 9h às 21h, e domingos, das 12h às 18h), agência Brocker Turismo (Av. das Hortênsias, 1.845, em Gramado, de segunda a sábado, das 9h às 18h30min, e feriados das 10h às 15h), Rua Coberta, Campus II, Universidade Feevale, em Novo Hamburgo (de segunda a sexta, das 13h às 21h, e sábado, das 9h às 14h), Bourbon Shopping Novo Hamburgo (Av. Nações Unidas, 2.001 - 2º Piso, de segunda a sábado, das 13h às 21h).
Veja também o calendário de shows de abril: