Na semana passada, Celso Loureiro Chaves - com quem tenho a honra de me revezar a cada 15 dias neste espaço - lembrou dois fatos que devem ser cobrados na entrada de novo governo: que a sede própria da Ospa saia finalmente do chão e que as obras do Multipalco do Theatro São Pedro sejam finalizadas. (Eu peço desculpas por pegar carona na coluna do Celso, mas é urgente bater na mesma tecla.)
No caso da Ospa, a construção se iniciou em 2012, partindo de um projeto que foi bastante discutido (Tem fosso para a orquestra? Vai atrapalhar o trânsito?). As obras passam por algum ajuste técnico, e delas esperamos notícias em breve.
O Multipalco do Theatro São Pedro já leva mais de 10 anos em obras, lentidão que se choca com a força de trabalho de sua idealizadora, dona Eva Sopher. Em outubro, foi inaugurada uma sala de música dentro do complexo graças à injeção de R$ 1,6 milhão que a Gerdau bancou. Mas o projeto, que dará ao público teatro italiano, salas de ensaio, oficinas para artes de palco, entre outras, ainda depende de aporte financeiro maior.
Proponho que essas duas obras passem a ser tomadas como o termômetro de realizações do novo governo. José Sartori, em seu discurso de posse, revelou a disposição de "não rasgar a história", o que significa dar seguimento aos principais projetos do governo anterior - a construção da sala sinfônica da Ospa é um dos grandes legados de Tarso Genro e do secretário Assis Brasil. A continuação e conclusão das duas obras será uma maneira de entrar com louros, loas, glórias e fogos de artifício para a história.
(Enquanto isso, a escritora Christina Dias lançou a Kombina, um centro de cultura integrada, que, a bordo de uma Kombi, percorrerá o Estado. A ideia da Chris é formar plateias que saibam apreciar as artes visuais e as diferentes formas de expressão. Ela e o marido bancaram o projeto do próprio bolso, somente por amor. Mais uma vez, as iniciativas individuais mostram o quanto o poder público deixa a dever em termos de realizações e envolvimento com a cultura.)