
Após a banda Ira! anunciar cancelamentos de shows no sul do Brasil, a Trilha Entretenimento e a MG Entretenimento, responsáveis pelo show da banda em Porto Alegre, informaram que a apresentação na Capital está mantida. O evento ocorrerá em 8 de novembro no Auditório Araújo Vianna.
"Somos produtoras com anos de mercado e o nosso principal patrimônio é o público (que vai ser muito bem tratado por nós e pelos artistas, com um show de rock nostálgico!). A banda sobe ao palco do Araújo Vianna para mostrar suas músicas (e seus talentos) comemorando 20 anos de um dos álbuns mais vendidos da história do Brasil", diz o comunicado publicado no Instagram nesta quinta-feira (10).
Cancelamentos
Entre os eventos cancelados está o show marcado para Caxias do Sul, no dia 2 de maio, na All Need Master Hall. Também foram cancelados shows em Jaraguá do Sul e Blumenau, em Santa Catarina, e Pelotas, no sul gaúcho.
O motivo foi uma polêmica envolvendo o vocalista da banda, Nasi, que levou a diversos cancelamentos de ingressos.
Em entrevista à Billboard Brasil, o vocalista deu detalhes sobre o show em Minas Gerais, ocorrido em 29 de março, que deu origem aos comentários e críticas à banda. Ele afirmou que os shows cancelados no sul do país foram feitos em comum acordo com o contratante e serão remarcados para um momento "menos agitado".
O vocalista também comentou como considera fascista o movimento que o tornou um dos assuntos mais comentados nesta quarta-feira (9).
— Fizemos com muita tranquilidade (o cancelamento dos shows). A gente achou melhor, por ora, transferir para o futuro. Porque houve um bombardeiro desses fascistas — afirmou Nasi à Billboard. — Esses caras que estão enchendo o saco aí, robozinho… Todo mundo sabe como o gabinete do ódio age, né? Daqui a pouco eles pegam outro para Cristo. Numa boa, o Ira! saiu maior do que entrou nessa história.
Bastidores do show
Segundo Nasi, bolsonaristas teriam feito um recorte que não dá dimensão da realidade sobre o corrido. O vocalista contou que, em determinado momento do show, uma grande parte do público começou a entoar "sem anistia". O brado do público foi durante a música Rubro Zorro.
Ao fim da música, o artista demonstrou apoio com a frase "É isso aí! Sem anistia!". Em seguida, relatou que foi hostilizado por um grupo que estava no show.
— Eu nem entrei muito no aspecto político porque essa anistia é uma farsa, entendeu? Isso é um acinte à democracia. (...) A discussão deveria ser: "Vamos tentar ver a questão com isometria". Mas impunidade para os golpistas? Para planos de assassinato? A gente estaria em uma ditadura — disse ele.