Xuxa terá dois motivos para comemorar nesta quinta-feira (27): seu aniversário de 62 anos e o lançamento da 14ª edição de Xuxa Só para Baixinhos. Após uma longa pausa — o último álbum visual foi lançado em 2016 —, a cantora retoma o projeto, que já foi premiado duas vezes no Grammy Latino, em 2002 e 2003, na categoria de melhor álbum infantil.
— Esperamos o momento certo. Neste álbum, fiz questão de incluir 13 músicas ilustradas por seis desenhistas diferentes, utilizando inteligência artificial, 2D e 3D. Cada personagem tem roupas e perucas distintas. Se o público busca algo diferente, mas que ao mesmo tempo seja lúdico, educativo e visualmente encantador, encontrará isso em XSPB14 — detalha Xuxa em entrevista a Zero Hora.
Produção familiar e expectativas
O álbum, que será disponibilizado no YouTube e nas plataformas digitais, explora a temática das cores de modo divertido e educativo, e conta com direção musical de Junno Andrade, marido da cantora, além de uma parceria inédita com Angélica em Qual a Cor da Amizade? e a volta das Paquitas fazendo coro em 10 faixas.
Para XSPB14, Xuxa destaca a facilidade que foi trabalhar ao lado do companheiro, com quem está junto há mais de 12 anos:
— Ele me conhece profundamente. Se eu lanço uma pergunta, como "Por que a rosa se chama rosa se nem todas as rosas são rosas?", ele embarca na ideia e escreve tudo. Esse projeto sobre cores é algo lúdico, mágico e universal, e ele soube traduzir isso em música.
Ao contrário do que todo mundo acha, não penso em me aposentar. Quero viver, estar presente. Tenho muito chão pela frente.
XUXA
Apresentadora, cantora e empresária
Com dois Grammys Latinos já em casa, a gaúcha espera conquistar o terceiro prêmio com o novo disco:
— Quero muito ganhar um Grammy com XSPB14. Espero que as pessoas que votem vejam e ouçam esse trabalho com muito carinho e que reparem nos mínimos detalhes do que quis transmitir. Espero conseguir fazer com que as pessoas "viajem" comigo.
Despedida?
Além do lançamento de XSPB14, Xuxa planeja a turnê O Último Voo da Nave para celebrar os 40 anos de carreira. Segundo a artista, o projeto está previsto para estrear no segundo semestre de 2025.
— Estamos planejando cada detalhe, das músicas aos figurinos. Sempre fui muito detalhista e quero que tudo seja perfeito. Quero que as pessoas se emocionem com a nave, com as canções, com os figurinos. Quero que saiam do show sonhando comigo, viajando nesse último voo — diz Xuxa.
Ela ressalta que a turnê, apesar do título, está longe de significar uma possível aposentadoria:
— É uma despedida da nave. As pessoas lembram da Xuxa jovem, de chuquinha e botas. Hoje sou uma mulher de 62 anos. Não quero aposentar a personagem, mas se a nave se despedir, talvez fique mais fácil para o público me ver de outras formas e me aceitar do jeito que sou, sem estar presa à imagem dos anos 1980.
Sobre a possibilidade de a turnê passar por Porto Alegre, Xuxa enfatiza:
— Vamos apresentar o show em alguns lugares e ver se há interesse em levá-lo para outras cidades. Obviamente, fazer isso na minha terra seria incrível, mas tudo depende do público.
A volta para a TV Globo
Ao retornar à TV Globo após 11 anos, a Rainha dos Baixinhos relata o privilégio de fazer parte da história da emissora, que a "formou como artista", em suas palavras, e foi palco de muitas conquistas em sua carreira.
Entre os novos projetos, Xuxa recentemente estrelou o quadro Deu Petch! no Fantástico, apresentando em quatro episódios o processo de resgate e adoção de animais abandonados.
É emocionante ouvir aquela criança que já virou pai e mãe hoje dizer que se tornaram veterinárias ou que trabalham com crianças por minha causa
XUXA
Apresentadora, cantora e empresária
Além disso, obras como Xuxa, o Documentário e Pra Sempre Paquitas, disponíveis no Globoplay, se destacaram no último ano. Ela diz que a realização dessas séries foi importante para refletir e fazer as pazes com o passado.
— A gente quase ganhou prêmio lá fora com o documentário, que foi muito visto e falado. Pra Sempre Paquita também teve grande repercussão. Resgatou histórias, me permitiu agradecer e me desculpar com algumas paquitas. Não tive essa possibilidade naquela época. Foi necessário para mim, para elas e para quem cresceu conosco — enfatiza.
Ela ressalta a parceria que mantém com as ex-companheiras de palco:
— Minhas ex-paquitas sempre fizeram parte da minha história. A gente se encontra quando possível, mantemos contato em um grupo, em que trocamos mensagens e torcemos umas pelas outras. Uma vez paquita, sempre paquita!
Referência de gerações
É inegável que Xuxa é uma referência para muitas crianças que cresceram, principalmente, nas décadas de 1980 e 1990. Não é à toa que ela sempre encarou esse trabalho com responsabilidade e consciência de seus atos, ciente da influência que poderia exercer na vida de tantos baixinhos:
— É emocionante ouvir aquela criança que já virou pai e mãe hoje dizer que se tornaram veterinárias ou que trabalham com crianças por minha causa, ou respeitam a natureza por causa do que falo. Nunca fumei, nunca bebi, sempre defendi os animais e sempre levantei a (bandeira) LGBTQIA+, mesmo quando não se falava isso. É forte demais ter a certeza que você faz parte da vida dessas pessoas e elas também fazem parte da minha história.
Sobre os planos para o futuro, Xuxa pretende continuar no universo infantil, destacando que tem muito a aprender, além de estar aberta a novas experiências, agora com os filhos dos seus "ex-baixinhos":
— Ao contrário do que todo mundo acha, não penso em me aposentar. Quero viver, estar presente. Tenho muito chão pela frente. Tenho maturidade para oferecer conteúdo relevante e contribuir com os pais e tutores. Eles cresceram comigo e confiam no meu trabalho. E o segredo, eu acho, é esse: estar sempre pronta para aprender.