Antonio Villeroy compõe, canta e produz para o mundo. Em inglês, francês, espanhol, italiano e, claro, português, o músico gaúcho — natural de São Gabriel —, além de seus próprios álbuns, tem cerca de 250 canções gravadas por mais de 130 artistas em diferentes países ao longo de mais de 40 anos de carreira.
A noite desta quinta (30), no palco do Theatro São Pedro, na Capital, é uma oportunidade para conferir sua arte sobre o mundo. É que Villeroy acaba de voltar de uma turnê internacional: foram 18 apresentações em 43 dias. Tocado pelo que viu e ouviu, ele apresenta o show Luz Acesa a partir das 21h.
— Luz Acesa tinha um roteiro que ficou registrado na gravação ao vivo, realizada em março de 2020 no Teatro Renascença. Mas, durante a turnê, o roteiro foi sendo modificado, de acordo com a língua do país onde fazia cada apresentação. Na França, coloquei mais canções que compus em francês; na Espanha, mais canções em espanhol; e, na Holanda e na Áustria, coloquei algumas de minhas canções compostas em inglês. Com isso, cheguei a um novo roteiro, que foi resultado da turnê. Durante o show, eu conto um pouco dessas histórias, como um balanço da viagem — explica.
A cada volta de turnê internacional, é assim: Villeroy traz na bagagem impressões dos lugares pelos quais passou que acabam influenciando sua produção:
— Nos anos 1990, em minhas primeiras turnês europeias, incorporei muitos aspectos da música árabe, da região do Magreb, que escutei pela primeira vez na França, e também de artistas do Senegal, Camarões e outras regiões africanas. Na turnê de 2019, o que mais me marcou foram as produções de espanhóis e latino-americanos residentes na Espanha.
A recente passagem pela Europa foi sua 18ª turnê internacional:
— Nessa mais recente, fiquei mais tocado pelos portugueses, angolanos e cabo-verdianos. Há muitos artistas incríveis de fala lusófona atuando em Portugal. Aos poucos, vou incorporando essas referências no meu trabalho. No meu próximo álbum, Banquete, há uma morna, ritmo do Cabo Verde, composta em parceria com o espanhol Pedro Guerra.
Prevista para 2020 mas impedida pela pandemia, essa turnê teve o roteiro um pouco modificado. Saiu a cidade de Porto, em Portugal, e entraram localidades na Espanha. Dos cinco shows para os portugueses, três lotaram, assim como na França: três dos cinco com ingressos esgotados:
— Em ambos os países, o público foi muito caloroso. O que me surpreendeu em Portugal foi como minha obra é conhecida e cantada lá e nos outros países lusófonos. Conversei com uma atriz e apresentadora de TV angolana que conhecia e cantarolava minhas músicas. Um músico de Cabo Verde contou que minhas canções eram sucesso nos bares de lá e que ele sabia tocar boa parte delas.
Villeroy também passou por Áustria e Holanda. Sua primeira vez nos Países Baixos foi inspiradora. Villeroy curtiu tanto que, de volta ao Brasil, olhando as fotos e os vídeos feitos na capital holandesa, compôs Por Amsterdam. Outra música inédita no show é A Tal Fotografia, composta recentemente, depois que o músico solicitou de seus seguidores e amigos que enviassem fotos tiradas com ele, principalmente após shows.
Essas fotos ilustrarão a canção inspirada nas imagens recebidas. Ainda fazem parte da apresentação desta noite canções como Pra Rua me Levar, Amores Possíveis, The Way You’re Looking at, Tolerância e Soy la Mujer de Mi Vida, parceria com a venezuelana Georgina — a mesma artista estará num duo com ele no próximo álbum. O single Quien Como Yo deve ser lançado em 15 de julho.
Filhas
O show na Capital contará com as participações de Paola Kirst (voz) e Bernardo Zubarán (harmônica) e também de Luísa, filha de Villeroy. Aos nove anos, ela vai apresentar uma música de própria autoria: Meu Taratatá, feita especialmente para esta ocasião. Segundo o artista, não só Luísa mas também sua outra filha, Antonella, que fará cinco anos em julho, é muito musical e extremamente afinada. Ambas passam o dia inventando melodias e letras. Somente Luísa quis estar no palco desta apresentação:
— Ela já participou de dois shows meus anteriormente. Depois, foi convidada pelo Hique Gomez para entrar no coro da Sbørnia. O maestro Cosmas (Grieneisen) a viu cantando e a chamou para o coro infantojuvenil da Ospa. Não sei se seguirá minha carreira, mas é bem possível, pois tudo isso ocorreu de forma muito natural. Ela tem desenvoltura no palco.
Na sexta-feira (1º), Villeroy lança Between Now and Goodbye, em duo com Chiara Civello. Trata-se do terceiro single antecipando o álbum Banquete, que sai em setembro:
— A Chiara é uma cantora do nível da Diana Krall, faz muito sucesso na Itália, além de ter bom público nos EUA, Japão e Brasil. Compusemos essa canção em 2009 e ficou na gaveta até agora.
Banquete ainda tem duos com Francis Hime, Mafalda Minnozzi e Gelson Oliveira, entre outros.
Antonio Villeroy
- Quinta-feira (30), às 21h, no Theatro São Pedro (Praça Mal. Deodoro, s/nº), na Capital.
- Ingressos a partir de R$ 40, à venda em sympla.com.br.
- Desconto de 50% para sócios do Clube do Assinante e um acompanhante.