A relação de Sigmund Freud (1856 – 1939) com a arte foi ao mesmo tempo profícua e tumultuada. Boa parte da psicanálise emerge de temas que ele foi buscar nas páginas da melhor literatura. Ao mesmo tempo em que reconhecia essa dívida, Freud se ressentia um pouco dela — e por vezes lamentava que seus relatos de caso devessem tanto ao aspecto literário. Embora reconhecesse que muitos artistas haviam chegado ao inconsciente primeiro e por um caminho menos acidentado, também defendia uma separação estrita entre os campos. Com isso em mente, é fácil ver o caminho algo transgressor que A Arte de Tratar: Por uma Psicanálise Estética, livro que o médico e escritor Celso Gutfreind autografa nesta terça-feira (2), opta por enveredar. É uma coletânea de ensaios que busca o estético em Freud e tenta reunir aquilo que o próprio criador da psicanálise tentou separar.
Arte pela psicanálise
Em novo livro, Celso Gutfreind aborda Freud como pensador da cultura
Em "A Arte de Tratar: Por uma Psicanálise Estética", o escritor analisa artigos publicados pela psicanalista versando sobre estética
Carlos André Moreira
Enviar email